A quantidade de servidores federais que se aposentaram no primeiro semestre de 2019 já superou o ano inteiro de 2018, um aumento de 9,6%. Entre janeiro e junho deste ano foram 20.652 novos aposentados, enquanto que, no ano passado, os benefícios concedidos chegaram a 18.835. Os dados são do Painel Estatístico de Pessoal do Ministério da Economia.
Para a presidente do Instituto Brasileiro de Direito Previdenciário (IBDP), Adriane Bramante, dois fatores influenciaram a procura pela aposentadoria: a incorporação da gratificação por desempenho nos salários e a insegurança diante da reforma da Previdência.
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“A maior parte dos servidores já estava em abono de permanência, só esperando sair a gratificação para levar esse valor para aposentadoria. A liberação desse benefício ocorreu no fim do ano passado. Outro motivo é a reforma da Previdência, porque há dúvidas sobre o que vai acontecer com os servidores. Mesmo no caso daqueles que já tinham o direito adquirido, a insegurança é tanta que essa corrida para se aposentar se intensificou”, disse.
Em 2018, 31,6% desses aposentados eram do Ministério da Educação. Em 2019, a maior parte, 32,47%, foi do Ministério da Economia, já que o governo de Jair Bolsonaro aglutinou em uma só as pastas de Planejamento, Trabalho, Fazenda, Indústria e Comércio Exterior.
Para o diretor do Instituto de Estudos Previdenciários, Luiz Felipe Veríssimo, mesmo que o governo federal gaste mais com o pagamento dos benefícios agora, o resultado com a aprovação da reforma será de economia.
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“Não sei se o governo estava preparado para essa alta, que vai, com certeza, influenciar no caixa. Mas, no fim das contas, a economia será maior porque, nas regras atuais, 20% dos menores salários são descartados e, com a reforma, isso não vai acontecer, serão considerados 100%, o que reduzirá os valores. Mas ainda precisamos aguardar a votação final da PEC”, avaliou.
A Região Sudeste é a que tem o maior número de novos servidores federais aposentados, 35,3%, seguida pelo Nordeste, com 26,7%. Em relação ao sexo, 50,1% são homens, e 49,9%, mulheres. Sobre a escolaridade, 68,1% dos aposentados em 2019 exerciam cargos de nível médio, e 28,5%, de nível superior.
Fonte: “Época Negócios”