O Brasil criou 408 mil vagas de trabalho com carteira assinada no primeiro semestre deste ano. O resultado é o melhor para o período desde 2014, ou seja, em cinco anos. Os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) foram divulgados nesta quinta-feira pelo Ministério da Economia.
No mesmo período do ano passado, por exemplo, foram abertas 392.461 vagas formais. O saldo é a diferença entre as contratações e a demissões. Nos seis primeiros meses deste ano, o país registrou 8.221.237 contratações e 7.812.737 demissões.
Os números oficiai mostram também que, apenas em junho, a criação de empregos formais somou 48.436 vagas com carteira assinada. É o melhor resultado para o mês desde 2013. Naquele ano, foram abertas 123.836 vagas formais.
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A maior parte do desempenho positivo no semestre se deve à geração de empregos no setor de serviços. Esse segmento gerou 272 mil vagas no primeiro semestre. Em seguida, aparece a agropecuária, com 75 mil empregos. A indústria abriu 69 mil novas vagas. E a construção civil, 57 mil.
O setor de comércio foi o único que demitiu mais do que contratou no primeiro semestre deste ano. Esse segmento da economia fechou 88 mil postos de trabalho nos seis primeiros meses de 2019.
Entre os estados, o Rio de Janeiro registrou saldo negativo de 6.762 vagas no primeiro semestre. O desempenho foi puxado pelo resultado da indústria e do comércio, que demitiram mais que contrataram nos seis primeiros meses do ano.
No recorte feito por regiões do país, o Sudeste foi a que mais gerou vagas: 251 mil. O Nordeste foi a única região que fechou postos de trabalho. Encerrou o semestre com saldo negativo de 35 mil vagas.
O secretário de Trabalho do Ministério da Economia, Bruno Dalcomo, disse que os números apontam para uma tendência de que este ano será melhor que 2018.
— Mas isso não pode ser descolado do desempenho geral da economia. Não será o ano que indica a redução agressiva do número de desempregados no país — acrescentou.
O secretário citou medidas como a liberação do FGTS, a medida provisória chamada de MP da Liberdade Econômica (que reduz a burocracia para as empresas) e a Reforma da Previdência, como exemplos de ações que vão ajudar na geração de empregos. Ressaltou, porém, que elas não serão suficientes para reduzir drasticamente o desemprego.
— Os desafios são brutais. Uma medida apenas não é suficiente. Nem mesmo a Nova Previdência é suficiente para corrigir todos os problemas, mas ela é indispensável para encaminhar todas as outras mudanças.
Trabalho intermitente
Em junho, foram realizadas 15.520 admissões e 5.343 desligamentos na modalidade de trabalho intermitente, criada com a reforma trabalhista, em 2017. Como o total de admissões nessa modalidade foi maior que o de demissões, houve um saldo positivo de 10.177 empregos no período.
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O trabalho intermitente ocorre esporadicamente, em dias alternados ou por algumas horas, e é remunerado por período trabalhado.
No mês passado, as principais contratações dentro dessa modalidade de contrato foram vigilante, porteiro de edifícios, recepcionista, bombeiro civil, assistente de vendas, recepcionista de casas de espetáculo, faxineiro, vendedor do comércio varejista, porteiro de locais de diversão e soldador.
Fonte: “O Globo”