Montadoras e autoridades já iniciaram conversas sobre como utilizar fábricas paradas para produzir produtos em falta nos hospitais para combater a epidemia de coronavírus, segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).
Das 65 fábricas no Brasil, 37 estão paradas, com mais de cem mil trabalhadores em férias coletivas, licenças ou lay-off.
Uma das opções, seria utilizar as impressoras 3D para produzir peças de ventiladores e respiradores, que depois seriam montados por empresas especializadas.
A Fiat Chrysler confirmou que está participando de vários fóruns e discussões em âmbito estadual e federal para avaliar de qual forma pode contribuir neste momento de crise. A GM, a Ford e a Mercedes-Benz também já demonstraram interesse em fabricar os equipamentos.
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No exterior, já ganhou corpo o movimento de fabricantes de veículos que usam suas instalações para acelerar a produção de itens em falta.
A americana Ford anunciou na terça-feira uma associação com a 3M e a divisão de saúde da General Electric (GE Healthcare) para a produção de ventiladores mecânicos e respiradores, equipamentos essenciais para o tratamento do novo coronavírus.
– Com as matrizes iniciando essa produção no exterior, as filiais por aqui também poderão utilizar os programas para imprimir peças – disse Rafael Galante, consultor especializado em indústria automotiva.
No Reino Unido, a Jaguar Land Rover e a Rolls-Royce produzirão 20 mil respiradores mecânicos para o sistema de saúde do país. Na Alemanha, a Volkswagen informou que vai atender o pedido do governo, que solicitou ajuda às montadoras, e criou uma força-tarefa internacional para explorar opções.
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Embora o equipamento médico seja um novo empreendimento para a montadora, a companhia pode iniciar a produção desses itens assim que receber as informações necessárias.
O presidente da GM América do Sul, Carlos Zarlenga, levantou na semana passada a possibilidade de fabricar peças dos ventiladores em linhas de produção da montadora paradas.
As discussões com a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), órgão vinculado ao Ministério da Economia para políticas industriais, também já foram iniciadas.
Algumas montadoras já colocaram suas frotas à disposição para transporte de trabalhadores no interior do país. Também estão ajudando no transporte de álcool gel e de equipamentos médicos.
Fonte: “O Globo”