Quem trabalha com comércio físico já começou a se reinventar para não ficar para trás. O PEGN deste domingo mostrou dois negócios que perceberam isso e mudaram a forma de se vender e se relacionar com o cliente. Uma loja vende produtos de beleza. A outra, roupas femininas. Em comum, além da vaidade, elas têm a tecnologia, usada para conhecer os hábitos dos clientes e oferecer a eles uma experiência nova de consumo.
O empresário Filipe Longo montou a empresa em 2017 com investimento de R$ 50 mil. Hoje tem mais dois sócios. A proposta: mudar a forma como as mulheres compram roupas. “A gente faz é seleção de peças e a gente manda pra casa da cliente, de acordo com o estilo dela. Cliente tem 2 dias pra experimentar e depois a gente passa pra pegar e ela fica com o que gostou”, conta.
“Hoje para você comprar online, você não sabe se o 38 vai te servir, se o 40 é pequeno, se a saia vai ficar muito curta. Então, hoje o online tem todo esse problema de logística reversa”, explica a empresária e sócia de Felipe Carolina Andaus.
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Para saber o que a cliente gosta, a empresa usa inteligência artificial. Um algoritmo que traça o perfil de cada consumidora, a partir de sua ficha cadastral. “Isso é a segmentação das clientes, a gente está pegando por características delas: idade, marcas que ela compra, pra ver quais delas são mais parecidas e com isso a gente classifica e faz uma indicação mais precisa pra ela”, explica o cientista de dados Willian Werber.
A empresa vende, em média, mil peças por mês, com preço médio de R$ 250 por produto. “A gente tá sempre em busca de novas marcas, melhorar nosso portfólio, a gente pega as peças em consignação, elas ficam aqui com a gente, e conforme vai passando o tempo a gente vai otimizando nosso estoque”, fala o empresário.
As estilistas fazem a seleção das roupas. As peças são passadas, dobradas, embrulhadas em papel de seda e colocadas numa malinha. O motoboy leva até a cliente. Junto com a mala a cliente recebe uma ficha para fazer observações sobre as peças.
O empresário Alexandre Serôdio é dono de uma loja de produto de beleza. Ele levou para a loja física, aberta há dois anos, a experiência que teve no site, lançando em 2008. “Não importa o canal. O que importa é a consumidora. Onde ela estiver, você tem que tratar ela da mesma forma”.
Na loja física, o consumidor navega como se estivesse num site. Além da decoração, a loja também incorporou uma ferramenta muito usada pelo comércio eletrônico: o perfil dos clientes, traçado por inteligência artificial. “Para comprar no site, tinha que responder 10 perguntas sobre hábitos e atitudes para a gente poder recomendar os produtos”.
Quem faz a regra é o cliente. Ele pode comprar o produto e já levar para casa ou comprar pelo site e escolher pegar na loja. É tudo integrado: a loja física e virtual. Com essa nova experiência de compra, a loja espera faturar R$ 300 milhões este ano.
Fonte: “Pequenas empresas, grandes negócios”