A economia brasileira continua em processo de “recuperação gradual” mesmo com aumento de incerteza no cenário externo. A avaliação está no Boletim Regional do Banco Central (BC), documento divulgado trimestralmente para detalhar a atividade econômica em todo o país.
O relatório divulgado nesta terça-feira compreende os meses de setembro, outubro e novembro de 2019.
Em uma análise geral, o Banco Central ressaltou que os indicadores econômicos registram números compatíveis com “a continuidade do processo de recuperação gradual da economia”.
O BC ressalta as taxas de expansão em setores produtivos, como nas vendas de comércio ampliado, com alta de 1,7% até novembro em comparação com o trimestre anterior.
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Sobre o cenário externo, o BC destaca um aumento de incertezas, mas diz que o cenário está “relativamente favoravel” para economias emergentes, como a brasileira.
“O cenário externo, apesar do recente aumento de incerteza, mostra-se relativamente favorável para as economias emergentes, em cenário de política monetária acomodatícia nas principais economias”.
O relatório também citou um aumento nas taxas do mercado de trabalho, como a elevação no nível de emprego pelo décimo trimestre seguido.
“O mercado de trabalho formal manteve trajetória de expansão, com elevação no nível de emprego pelo décimo trimestre em sequência, considerados dados dessazonalizados do Caged. Em todas as regiões, a criação líquida de postos de trabalho no trimestre finalizado em novembro ocorreu em volume superior ao de igual período de 2018”.
Sudeste crescendo, Centro-Oeste retraindo
Por regiões, o boletim destacou a evolução no Sudeste, em que atividade econômica no trimestre foi impulsionada pela retomada da produção industrial e do setor de serviços. A região cresceu 0,9% em relação ao trimestre anterior. O BC também cita uma expansão no mercado de trabalho e de crédito.
O Norte cresceu 0,6% no trimestre que encerrou em novembro. O aumento nas vendas do varejo, a continuidade na recuperação de serviços e a produção agrícola recorde ajudaram a mitigar “os efeitos da retração da produção industrial”, segundo o BC.
Como destacado na edição anterior do boletim, o Nordeste segue um ritmo de crescimento mais lento do que as outras regiões, com uma taxa de 0,2%. O BC explica esse crescimento mais baixo pela recuperação gradual no mercado de trabalho, apesar de melhora nos índices da indústria de fabricação de petróleo e vestuários.
A região Sul, teve resultados econômicos que foram estimulados por crescimento no setor de comércio e serviços que compensaram pela queda na produção fabril e colheita menos favorável nas lavouras. O crescimento foi de 0,1% no trimestre.
Para o Centro-Oeste, o BC tem perspectiva positivas apesar de uma retração de 0,2% neste trimestre em comparação com o anterior, que foi impulsionado por uma colheita recorde. O relatório destaca a queda nas atividades de agricultura, transporte e no setor público. Apesar do resultado, há uma expectativa de aumento na safra de soja e nas exportações de carne.
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Rio de Janeiro
Segundo o boletim, a economia no estado manteve trajetória de expansão registrando o quarto aumento consecutivo por trimestre. O BC ressalta crescimento na indústria “com o aumento da confiança do empresariado” e melhorias no setor de serviços e no mercado de trabalho. O crescimento foi de 1,3% no trimestre encerrado em novembro.
O volume de serviços não financeiros aumentou 4% no trimestre, impulsionado por resultados positivos nos serviços de informação e comunicação, de 6% e de serviços profissionais, administrativos e complementares, com um aumento de 8%.
A queda de 6,9% nas vendas de veículos, motos, partes e peças puxou pra baixo o comércio varejista ampliado, que registrou uma redução de 0,4% no trimestre. Quanto ao mercado de trabalho, a taxa de desemprego se manteve estável em 14,8%, contra 14,7% no trimestre anterior, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Fonte: “O Globo”