Quando se trata de digitalização, criar um site e colocar itens à venda é só a ponta do iceberg. As estratégias para atrair e fidelizar clientes são inúmeras – e é exatamente isso que a Bravium quer mostrar para as indústrias. Fundada em 2013, a startup desenvolve soluções como programas de fidelidade e estratégias de gestão de relacionamento com o cliente para empresas. Agora, o negócio se prepara para atingir nova escala após uma joint venture com a Bayer.
Adelmo Inamura, um dos fundadores, trabalhava no mercado financeiro quando decidiu deixar a área para empreender.
Com experiência no desenvolvimento de sistemas de tecnologia para bancos, passou a aprender sobre as necessidades das indústrias para criar produtos mais adaptados a cada uma delas.
Últimas notícias
Moedas virtuais se valorizam 159% no ano, mas é preciso ter cautela ao investir
Previdência: Senado encurtará prazos para aprovar inclusão de estados e municípios até novembro
Educador de startup baiana alia tecnologia e ensino
Com um programa de incentivo à força de vendas desenvolvido, conseguiu três ou quatro clientes ainda em 2013. No ano seguinte, já tinha uma estrutura bem montada e geração de caixa. “Como estava acostumado a atender bancos, que são bem criteriosos, montamos desde o início um serviço com qualidade superior ao que era oferecido”, diz Inamura.
Em 2014, viria o grande divisor de águas do negócio. A Bravium venceu uma concorrência da Bayer e foi encarregada de criar seu programa de fidelidade focado em agronegócio. O projeto deu origem à Rede AgroServices, que, em 2016, rendeu à operação brasileira da gigante o prêmio de Melhor Prática de Inovação Global da multinacional.
Na plataforma, os clientes podem trocar pontos por produtos, serviços e até consultorias de negócios. O programa reúne hoje mais de 130 mil agricultores e foi expandido em 2018 para os mercados da Argentina e do Paraguai.
Voando alto
Em 2018, surgiram as primeiras conversas sobre o plano de estender essa atuação para além dos canais da própria Bayer. “Queríamos que esse não fosse um programa exclusivo para a empresa, mas sim para todo o setor agrícola”, diz Inamura. Após negociações (e a aprovação do Cade), a Bravium formou uma joint venture com a gigante para desenvolver o plano.
A nova empresa ainda não teve seu nome divulgado, mas vai centralizar o foco da startup no setor de agronegócio. Agora, a Bravium quer expandir também sua atuação em outros setores, como o de bens de consumo. Foi com essa missão que Lucas Marujo ingressou como sócio do negócio.
“Estamos confiantes de que ajudaremos outras empresas a fazer em seus setores, dos supermercados até o mercado de material de construção, o que a Bayer fez no agronegócio”, diz Marujo.
Além do e-commerce
Segundo os sócios, a flexibilidade é o principal ponto na hora de atender clientes em projetos digitais. Dependendo da demanda, a startup fornece apenas a plataforma ou toda a consultoria estratégica por traz do projeto. “Mas os programas finais não são da Bravium, mas sim da empresa”, diz Marujo.
+ “Não intervir em preços é uma questão de bom senso”
Se a venda de itens é só a ponta do iceberg, questões como o branding e o relacionamento com o cliente compõem o restante da estrutura. “Um programa de fidelidade, por exemplo, não é só um programa de pontos. Envolve toda a comunicação, a ativação para o cliente entregar os melhores resultados e a definição das melhores premiações”.
Em um mercado com consumidores cada vez mais munidos de informações e comparações, Marujo acredita, ainda, que esse tipo de serviço será mais que um benefício extra a consumidores. “Esses programas vão ser uma das soluções para turbinar a diferenciação entre empresas.”
Fonte: “Pequenas Empresas, Grandes Negócios”