O ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni , afirmou nesta quarta-feira que o governo realizará estudos objetivos para analisar a possibilidade de privatização da Petrobras . A ideia tem o apoio do ministro da Economia, Paulo Guedes , e do presidente da estatal, Roberto Castello Branco . Com a notícia sobre possível privatização, as ações da companhia subiram mais de 5% .
A iniciativa, no entanto, encontra resistência no Ministério de Minas e Energia, ao qual a petroleira está vinculada. A pasta é contra a ideia de se desfazer completamente da empresa. Por isso, a privatização da Petrobras é tratada com cautela por integrantes do governo, que preferem focar nas outras estatais já anunciadas, como a Eletrobras .
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— Estamos indo passo a passo — disse ele, acrescentando: — O governo faz estudos e trabalha de maneira objetiva. A Petrobras como um todo passará por estudos pela equipe do PPI, do BNDES, da equipe do Ministério de Minas e Energia. As ações de desestatizações são criteriosas. Temos muitos anos pela frente.
No entanto, segundo fontes, o entorno de Guedes avalia que já existe uma mudança de percepção, dentro do governo, no sentido de apoiar a privatização da Petrobras, mesmo que no longo prazo. O primeiro motivo para essa avaliação é a necessidade de arrecadação de recursos para a União.
Outro argumento citado por fontes do Ministério da Economia é a necessidade de abrir o mercado de combustíveis no país, com mais concorrência, numa tentativa de baixar o preço.
A greve dos caminhoneiros é citada como um exemplo do problema de se ter uma estatal monopolista no comando do mercado de combustíveis. Isso faz, de acordo com as fontes, toda a pressão sobre o preço de gasolina e diesel ir diretamente para o presidente da República.
Há uma observação também sobre os próximos governos. Interlocutores de Guedes citam a recuperação pela qual passa a Petrobras, com venda de ativos e melhora nos seus resultados financeiros. O temor, diz essa fonte, é deixar uma Petrobras saneada para um outro grupo político e a estatal “voltar a ser palco de corrupção”.
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Esses argumentos estariam fazendo o governo repensar posições contrárias às privatizações.
No início da noite, o porta-voz da Presidência, Otávio do Rêgo Barros, foi questionado se a iniciativa tem sido discutida ou cogitada entre o presidente e a equipe econômica. Ele afirmou:
— Não há por parte do presidente, ao menos não me formulou nenhuma ideia nesse sentido.
Fonte: “O Globo”