O governo vai criar um comitê para monitorar os impactos econômicos do coronavírus no Brasil, segundo uma fonte da equipe econômica informou ao Estadão/Broadcast. O grupo trabalhará em diferentes dimensões e terá atualizações periódicas, a cada 48 horas.
Entre as dimensões que serão foco do comitê estão política monetária (de incubência do Banco Central) e financeira, política fiscal e federativa (que trata de Estados e municípios), mas o conjunto é mais amplo.
A criação do grupo faz parte de um conjunto de medidas que o Ministério da Economia prepara para reagir à crise do coronavírus. O governo também deve liberar R$ 5 bilhões de maneira imediata para o Ministério da Saúde. O presidente Jair Bolsonaro disse hoje em transmissão pelo Facebook que assinará a Medida Provisória que libera os recursos nesta sexta-feira, 13.
Na quarta, o ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que a infecção pode tirar até 1 ponto porcentual do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano. Atualmente, a projeção de avanço da economia está em 2,1%, já incorporando alguns dos efeitos da doença.
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Uma das preocupações é com o setor de serviços, que pode ser fortemente impactado pela pandemia, com suspensão de viagens e menor trânsito de pessoas. O PIB de serviços responde por mais de dois terços da renda gerada no Brasil e tende a se recuperar mais lentamente, advertiu o ministro ontem em reunião com parlamentares na Câmara dos Deputados.
Guedes também ressaltou no encontro que os bancos públicos estão prontos para “disparar” linhas de crédito para dar suporte a pequenas e médias empresas e evitar que elas fiquem sem acesso a capital de giro. O Estado mostrou que os bancos públicos – Caixa, Banco do Brasil e BNDES – têm um arsenal de pelo menos R$ 207,8 bilhões de recursos para emprestar a empresas e pessoas físicas.
O ministro admitiu a possibilidade, em caso de agravamento dos impactos econômicos, de “soltar recursos especiais”, sem dar detalhes. Quando cobrado por ações para auxiliar Estados e municípios a terem mais recursos para o atendimento à saúde, Guedes fez uma análise de hipóteses do que poderia ser feito e citou, entre elas, suspensão da cobrança de juros da dívida de governadores e prefeitos e até liberação do pagamento de tributos federais de forma temporária. O ministro ressaltou, porém, que qualquer medida dependeria do quadro econômico e de cálculos de impacto fiscal do governo.
O Palácio do Planalto prepara uma Medida Provisória (MP) com ações emergenciais em diferentes áreas a serem adotadas durante a crise.
Fonte: “Estadão”