Uma “revolução industrial” acontece quando um conjunto de mudanças fomentadas pela tecnologia altera o modo com que o mercado e as cadeias produtivas funcionam. Ao ouvir essa expressão, é comum se lembrar dos novos processos de manufatura que abalaram a Europa nos séculos 18 e 19. Com o passar das décadas, a expressão foi usada em outros dois momentos de profunda disrupção nas cadeias produtivas. O que nem todo mundo sabe é que uma nova revolução industrial, a quarta, está acontecendo agora – e o conjunto de inovações que mudará nossas vidas foi batizado de indústria 4.0.
A principal novidade trazida por ela é a automação de diversos processos em uma empresa. “Essas tecnologias trazem economia e aumentam a produtividade do negócio”, afirma Marcelo Sarro, consultor do Sebrae-SP.
Um exemplo de inovação trazida pela indústria 4.0, segundo Sarro, é a forma com que grandes empresas estão usando a inteligência artificial para automatizar processos burocráticos dentro da organização. De acordo com o consultor, no entanto, pequenos negócios também podem aproveitar a indústria 4.0 para faturar. Exemplos práticos de como isso pode ser feito serão mostrados na Feira do Empreendedor 2019 Sebrae-SP, que acontece em São Paulo entre os dias 5 e 8 de outubro. A entrada é gratuita.
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O evento terá um espaço especialmente dedicado à indústria 4.0, construído pelo Sebrae-SP com parceria do Senai-SP. Nele, o empreendedor poderá conferir as novidades que o uso de máquinas, robôs e impressoras 3D tem trazido às empresas. “Vamos mostrar como usar a inovação para otimizar os negócios, sempre frisando a necessidade de capacitação para se adequar a esses novos mercados”, diz Sarro.
De acordo com o consultor, o conhecimento necessário para se aprofundar nessa nova indústria já está disponível para os brasileiros. O pequeno empresário pode buscar capacitação em instituições como o Senai, que já conta com diversos cursos voltados a essas novidades.
Novos modelos de negócio
Segundo Sarro, é improvável que o pequeno empreendedor consiga aplicar essas tecnologias aos seus negócios já existentes. Entretanto, novas áreas de atuação podem surgir para quem quiser se aventurar nesse meio.
Os principais modelos de negócio que podem ser adotados envolvem prestar serviços para grandes empresas, em atividades como manutenção ou operação de software.
Confira quais são as novas tecnologias que o empreendedor pode explorar na indústria 4.0:
Robôs autônomos
São máquinas capazes de realizar tarefas sem intervenção humana. Com o uso desse tipo de tecnologia, grandes corporações podem automatizar diversas atividades, poupando gastos e aumentando a eficiência.
Por conta do custo elevado, é inviável que uma pequena empresa compre este tipo de tecnologia. Mas o empreendedor ainda pode aproveitar a novidade para criar negócios de manutenção e instalação desses equipamentos.
Simulação
Também conhecida como “virtualização”, esta tecnologia é a reprodução de situações, processos ou produtos reais em um ambiente virtual. Em uma tela de computador, por exemplo, um empreendedor pode projetar uma peça automotiva e calcular sua resistência.
Dessa forma, é possível testar a qualidade do objeto antes mesmo de o produzir. Operar esse tipo de tecnologia para grandes corporações pode ser uma boa oportunidade de negócio, de acordo com Sarro.
Integração de sistemas
Uma única empresa pode fazer uso de diversos sistemas diferentes para coordenar as atividades de seus departamentos. Além de ser um gasto a mais, isso pode acabar dificultando a vida dos funcionários, que precisam lidar com uma série de plataformas ao mesmo tempo.
Para empreendedores com conhecimentos em tecnologia da informação, essa dificuldade pode virar uma oportunidade de ganhar dinheiro. É possível criar consultorias especializadas em integrar essas plataformas, otimizando processos administrativos.
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Internet das coisas
É a combinação de diferentes tecnologias para realizar processos com o mínimo de intervenção humana. Por exemplo, com ela é possível fazer uma máquina coordenar outra, acelerando a linha de produção. Empreendedores podem criar empresas especializadas em implementar a internet das coisas em processos industriais.
Realidade aumentada
Essa tecnologia permite que um usuário interaja com um ambiente virtual. Um exemplo disso são os simuladores para autoescolas, onde os estudantes simulam a direção de um carro por meio de um software. Esse tipo de equipamento não é barato, mas o empreendedor que conseguir comprá-lo pode faturar com seu aluguel, sugere o consultor do Sebrae-SP.
Big data
O termo engloba a análise e o armazenamento de dados que podem ter informações valiosas para as empresas. Mas a quantidade de informação envolvida no big data é tão grande que somente máquinas têm capacidade de processar. Nas grandes organizações, a análise desses dados é especialmente útil para ajudar na formulação de planejamentos estratégicos. As pequenas empresas, por sua vez, podem trabalhar coletando essas informações e as entregando em relatórios prontos para seus clientes.
Fonte: “Pequenas Empresas, Grandes Negócios”+