Rede de contato entre estudantes brasileiros de faculdades no exterior, a Brazilian Student Association (Brasa) vai realizar em abril uma conferência de tecnologia no Vale do Silício. Chamado de Brasa Hacks, o evento visa inspirar jovens talentos do País a seguirem carreiras de impacto e será realizado em São Francisco, na Califórnia, nos dias 17 e 18 de abril. Para participar da conferência, estudantes do País terão de se inscrever em um hackathon online – os melhores colocados ganharão a viagem ao Vale.
Com inscrições abertas até 29 de fevereiro, o hackathon terá três desafios diferentes, propostos pela Ambev, Nubank e pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil). Os problemas deverão ser solucionados com base em tecnologia, em um período que vai entre os dias 2 e 12 de março. Com isso, a comissão julgadora vai escolher as três melhores soluções para participar da grande final, durante a conferência. Lá, os finalistas receberão ajuda de mentores para sua apresentação final.
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Para participar, é preciso ser um estudante de graduação ou pós-graduação. Cada time poderá ter de três a cinco pessoas, sendo que dois deles precisam ser programadores ou desenvolvedores. Além disso, um dos membros precisa estudar fora do País. Quem quiser participar, mas não tem um time definido, poderá se inscrever pela internet e encontrar colegas de grupo com ajuda da comissão.
Além das apresentações das soluções, o Brasa Hacks também terá palestras com nomes como Alex Szapiro, vice-presidente da Amazon no Brasil; Fernando Brandão, físico brasileiro que participou do computador quântico do Google; e Edson Rigonatti, sócio-fundador da Astella Investimentos, que já fez aportes em startups como Omiexperience, link e Exact Sales.
“Criamos o evento por conta de dois motivos: cursos relacionados a computação tem sido bastante procurados pelos brasileiros no exterior, enquanto as empresas parceiras da associação têm tido uma enorme demanda por profissionais de tecnologia”, explica Giovanna de Castro, presidente da Brasa nas Américas e estudante de Economia e Relações Internacionais na Universidade Tufts, em Massachusetts. “A ideia do evento é empoderar a próxima geração de líderes brasileiros – e acreditamos que boa parte das transformações da próxima década virá de inovações tecnológicas.”
Para Ana Paula Maia, gerente de marca empregadora do Nubank, participar do evento é uma oportunidade importante. “Sempre buscamos nos manter em contato com universidades e comunidades de tecnologia ao redor do mundo para apoiar e investir no desenvolvimento de talentos brasileiros.”
Na visão de Edson Rigonatti, da Astella, eventos como o Brasa Hacks são oportunidades de estar em contato com jovens talentos. “Acreditamos que os empreendedores dos próximos anos vão sair de eventos como esse”, diz. Para o investidor, um desafio que o País tem hoje é justamente o de não perder bons profissionais para o exterior.
Contatos
Criada há cinco anos, a Brasa nasceu como uma rede de estudantes brasileiros nos EUA. Hoje, a associação busca ser referência para quem quer estudar, já estuda ou estudou fora do País, estando presente em 17 países e 85 universidades diferentes. A organização é tocada por uma rede de 80 voluntários, todos estudantes.
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No Brasil, a Brasa faz palestras e executa um programa de mentoria para os alunos de Ensino Médio interessados em estudar fora – segundo sua presidente, a associação já ajudou 400 pessoas a fazerem cursos de graduação no exterior. “Desde o ano passado, também oferecemos bolsas para ajudar quem é aprovado a arcar com custos, seja na mensalidade ou em gastos para se manter no exterior, como alimentação e alojamento”, explica Giovanna. Os mentores dos potenciais alunos no exterior são justamente ex-estudantes de faculdades estrangeiras, que já participaram da Brasa.
Outra finalidade da organização é criar incentivos para que os estudantes brasileiros retornem ao País para gerar impacto. “Somos uma rede de estudantes que ama o Brasil e que quer contribuir para o desenvolvimento socioeconômico local”, explica Giovanna, que tem 22 anos. Após se formar, ela já tem planos: vai trabalhar no escritório da consultoria McKinsey, em Atlanta. “Quero pedir transferência para São Paulo o quanto antes”, diz. No longo prazo, pretende atuar no setor público, “servindo ao Brasil de alguma forma”.
Fonte: “Estadão”