A diretoria da Petrobrás definiu uma nova política de preço para o botijão de gás, o GLP envasado em recipiente de até 13 kg, um produto de forte apelo social. A partir de agora, os consumidores residenciais pagarão valores alinhados aos do mercado externo, como já acontece com o GLP destinado à indústria e ao comércio. Houve ainda uma alteração no prazo de reajuste, que passou a ser indefinido.
Com isso, a empresa equipara a política para o botijão à paridade internacional adotada no comércio dos demais derivados de petróleo. Assim como faz com os demais produtos refinados, a Petrobrás, ao definir o preço do botijão de gás, vai considerar também os custos do frete marítimo, despesas internas de transporte, e uma margem para remuneração dos riscos inerentes à operação, como informou em comunicado divulgado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
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A Petrobrás garante, no entanto, que, mesmo com essas mudanças, continuará atendendo resolução do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), que determina que os consumidores residenciais devem pagar menos pelo combustível. “Os preços do GLP industrial/comercial e do residencial envasado em botijões de até 13 kg (P13) passam a ter um alinhamento maior, embora mantido o atendimento à Resolução 4/2005 do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE)”, traz o comunicado.
A resolução do CNPE define valores diferenciados para o botijão porque afeta a parcela da população brasileira de menor poder aquisitivo.
Hoje, a tonelada do GLP de uso industrial custa nas refinarias da estatal R$ 1.950,80 e o de uso residencial, R$ 1.850,80. Esses valores representam uma redução média de 13,4% no preço do GLP industrial e de 8,2% no preço dos envasados até 13 kg. Novas revisões vão depender das condições do mercado e da avaliação dos cenários interno e externo.
Para Sérgio Bandeira de Mello, presidente do Sindigás, que representa as distribuidoras de GLP, ainda há espaço para a Petrobrás reduzir ainda mais o preço do botijão de gás. Pelo cálculo da entidade, os preços praticados pela estatal em suas refinarias ainda estão cerca de 30% superior ao de importação da commodity do Golfo do México.
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“A notícia é boa, porque o preço baixou e as diferenças (entre os segmentos de consumo) diminuíram. A gente ainda vê possibilidade de o preço cair mais. A gente espera que a diferença acabe. Não faz sentido que o comércio e a indústria subsidiem o botijão de 13 kg. Quem tem que subsidiar é o governo. A iniciativa privada não pode ficar com esse ônus”, afirmou Mello.
A expectativa do Sindigás é que os preço da commodity continue em queda no mercado internacional, por conta de uma sobreoferta nos Estados Unidos. Com isso, acrescenta, a tendência é de novas quedas no futuro.
Fonte: “Estadão”