A Petrobras anunciou nesta quarta-feira a redução de R$ 0,10 no preço médio do diesel nas refinarias, equivalente a 4,6%. Com isso, o valor médio do litro passou de R$ 2,1664 para R$2,0664. O novo preço entra em vigor nesta quinta-feira. A estatal informou ainda que sua Diretoria Executiva aprovou a revisão na periodicidade de reajustes nos preços do diesel e gasolina comercializados em suas refinarias.
A partir de agora, os reajustes de preços de diesel e gasolina serão realizados sem periodicidade definida. A nova política é anunciada menos de três meses depois da última mudança . Desde março o diesel só era rejustado a um período não inferior a 15 dias. Já o preço da gasolina não poderia ter o preço mantido por mais de 15 dias.
Segundo a estatal, a partir desta quarta-feira os combustíveis serão reajustados de acordo com as “condições de mercado e da análise do ambiente externo, possibilitando a companhia competir de maneira mais eficiente e flexível”.
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“A aplicação imediata desta revisão permitirá à Petrobras, no momento, reduzir os preços do diesel acompanhando as variações dos preços internacionais observadas nos últimos dias”, informou a estatal em nota.
Apesar da mudança do calendário, a Petrobras disse que ficam mantidos os princípios que balizam a prática de preços competitivos, como preço de paridade internacional, margens para remuneração dos riscos inerentes à operação, nível de participação no mercado e mecanismos de proteção via derivativos.
O último reajuste do diesel havia acontecido no dia 01 de junho, quando a Petrobras reduziu o preço médio em 6%, para R$ 2,1664. Já a gasolina teve queda de 3% no último dia 11, quando valor médio ficou em R$ 1,7595.
Segundo uma fonte, o objetivo da mudança é facilitar a gestão da empresa:
– A ideia é preservar a lucratividade da companhia e tentar não criar volatilidade aos clientes com base na pariidade internacional. O certo é fazer na hora que precisar, aumentando ou reduzindo os preços.
A nova mudança na política de preços da Petrobras foi anunciada um dia depois de o presidente da estatal, Roberto Castello Branco, afirmar que a empresa já fez “o que era possível” para reduzir o impacto da variação internacional da cotação do petróleo sobre os preços dos combustíveis nas refinarias.
— A periodicidade no setor de combustíveis não tem sentido — avalia o especialista Adriano Pires, do Centro Brasileiro de Infraestrutura, para quem a mudança visa a ajudar o plano da Petrobras de venda de refinarias no âmbito do conceito de um mercado livre. — Sem periodicidade, conseguimos evitar o que aconteceu recentemente, quando o presidente Jair Bolsonaro pediu para rever o reajuste do diesel.
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Já para Edmar Almeida, especialista da UFRJ, a mudança pode aumentar o risco de interferência política:
— Sem prazos, os concorrentes ficam com mais incerteza sobre quando a Petrobras fará reajustes, o que pode ser bom para a estatal. Mas, por outro lado, pode abrir espaço para o governo federal interferir e pedir para segurar os preços em determinado momento.
Fonte: “O Globo”