O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Gustavo Montezano, afirmou na noite de ontem que pretende divulgar no dia 1º de julho as taxas e condições de financiamento que serão concedidas a bancos privados para socorrer o setor elétrico, duramente impactado pelas medidas restritivas impostas para contenção do coronavírus.
Montezano destacou que já foi procurado por vários bancos que desejam participar da operação, que agora poderá ser feita pela criação da Conta Covid, no valor de R$ 16 bilhões.
O financiamento visa ajudar o setor, principalmente as distribuidoras, que enfrentam forte queda em suas receitas por conta da redução do consumo de energia e do aumento da inadimplência.
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A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou, na última terça-feira, a regulamentação da Conta Covid. Pelas regras aprovadas, a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) vai realizar os empréstimos bancários no limite de R$ 16,1 bilhões, e o BNDES fará a coordenação financeira.
Durante videoconferência realizada na quarta-feira pela Fundação Getulio Vargas (FGV), o presidente do BNDES afirmou que a instituição fará a estruturação, modelagem e coordenação com o setor financeiro.
O socorro ao setor elétrico representa, segundo Montezano, a metade do valor desembolsado pelo banco no ano passado para grandes empresas, que foi de R$ 32 bilhões.
— Já temos hoje um indicativo dos bancos que querem participar da operação, e estamos vendo uma boa demanda a despeito do mercado turbulento que o setor financeiro vive hoje — afirmou Montezano. — E já temos propostas acima do valor da operação. Possivelmente, a demanda pelos bancos para essa operação vai superar em alguns bilhões esse montante.
O BNDES vai enviar cartas oficiais a todos os bancos interessados ainda nesta semana, para receber, já na próxima segunda-feira, as propostas finais. Com esses dados em mãos, será feito o cálculo das condições e taxas do financiamento, que serão divulgadas na quarta-feira.
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Aneel: consumidor também vai se beneficiar
No mesmo evento, o diretor-geral da Aneel, André Pepitone, disse que o financiamento via Conta Covid vai ajudar o setor elétrico, que enfrenta forte redução nas receitas por conta da queda da demanda de energia e do aumento da inadimplência em meio à crise.
Pepitone ressaltou que os consumidores finais também serão beneficiados, pois não haverá aumento nas tarifas a curto prazo, e sim distribuído ao longo dos próximos cinco anos.
Segundo o diretor-geral da Aneel, o nível de inadimplência do setor saltou de 1,7% para 8,1% da receita. Até 5 de junho, a perda da receita chega a R$ 3,4 bilhões, e a projeção para o ano é de R$ 7,95 bilhões. Já a queda no consumo deve ser de 4,2% no ano, um impacto de R$ 6 bilhões.
Fonte: “O Globo”