De tempos em tempos, nos “rincões” do Nordeste profundo, em períodos de estiagem, o poder público abre frentes de trabalho ou distribui cestas básicas. Nas enchentes em Santa Catarina, no Vale do Itajaí, o mesmo acontece. Essas políticas emergenciais se mostram acertadas, sendo adotadas por força das circunstâncias.
De tempos para cá, políticas sociais de transferência de renda começaram a ganhar escopo no País. Nada contra. O problema é que com o tempo elas se tornaram permanentes, com poucas condicionalidades e sem “portas de saída”.
O risco de doar recursos sem criar alternativas para as famílias saírem do estado de penúria acaba por gerar dependência em relação às benesses do poder público, favorecendo a prática de políticas clientelistas.
O ideal seria que a “doação” de recursos se desse caso as famílias mantivessem seus filhos na escola, ou mediante estímulos à formalização dos negócios. A partir do momento que a extensão de políticas, como o Bolsa Família, torna-se permanente, no caso federal, alcançando mais de 14 milhões de brasileiros, seu controle acaba se tornando um problema. Não duvido que muitos estejam desistindo dos seus “negócios” para viverem do Bolsa Família.
Agora o governo municipal está pensando em adotar a mesma política do Bolsa Família. Se encarada como temporária, ou havendo condicionalidades concretas, nada contra. Na maioria das vezes, no entanto, essas políticas acabam se tornando clientelistas. Pesquisas recentes indicaram que a candidata do governo federal à Presidência tem apoio massivo nas regiões que recebem o Bolsa Família. Isto nos ajuda a entender seu real objetivo e significado.
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