O presidente Jair Bolsonaro voltou a defender a importância da aprovação da reforma da P revidência . Ele disse que, se a reforma não for aprovada nos próximos anos, vai faltar dinheiro para pagamento de salários dos funcionários que estão na ativa. O presidente também elogiou o período da ditadura militar, ao afirmar que o nível de desemprego e de violência eram baixos.
— Se não fizermos isso (reforma da Previdência), no máximo, em 2024, vai faltar dinheiro para pagar quem está na ativa – disse Bolsonaro durante evento na Firjan, no Rio.
O presidente frisou que a falta de recursos trava progressos em diversas áreas. Ele elogiou o currículo e a trajetória do ministro e astronauta Marcos Pontes, que está à frente da pasta de Ciência e Tecnologia, mas disse que os avanços são limitados porque a verba é pouca:
— O problema agora é dinheiro. Por isso, precisamos da reforma da Previdência . Ela é salgada para alguns, mas estamos atacando privilégios.
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Nesta segunda-feira, o secretário especial de Previdência e Trabalho, Rogério Marinho , disse que o governo pode apoiar as alterações feitas pelo Congresso na reforma da Previdência , caso o texto alternativo preserve o impacto fiscal e as linhas mestras do projeto enviado pelo Executivo.
Bolsonaro também comentou, de forma indireta e sem citar explicitamente o tema, os atritos entre Executivo e Legislativo. De acordo com ele, não existe crise entre os poderes, é tudo “fofoca”. Semana passada, com a falta de articulação política, parlamentares passaram a defender abertamente que o processo de reformas necessárias para o país retomar o crescimento seja liderado pelo Legislativo.
— Se a Câmara tem propostas melhores, que coloquem em votação. Não há briga entre os poderes, o que existe é fofoca — disse Bolsonaro.
Potencial do nióbio e do grafeno
Ao comentar as perspectivas de crescimento do país, o presidente voltou a destacar o potencial do nióbio e do grafeno. E criticou taxas e tributos que atrapalham o crescimento regional.
— Quem tem um subsolo tão rico? Temos nióbio e grafeno. Quando eu dizia isso em campanha, era motivo de deboche. Quando se fala no grafeno, a projeção é de US$ 1 trilhão — disse Bolsonaro.
Quanto aos tributos, ele citou o exemplo de Rio de Janeiro e São Paulo na área de combustíveis.
— Neste caso, o ICMS pesa muito. Por isso, São Paulo tem mais tráfego aéreo do que o Rio. O que queremos é menos interferência do governo e mais desenvolvimento.
Regime militar
O presidente também relembrou no evento o período da ditadura militar:
— Falta empenho do poder público junto aos empresários para gerar renda, como acontecia no período militar. Naquela época, o desemprego era perto de zero. Além disso, a violência era muito menor, porque uma pessoa ocupada não comete violência.
A taxa de desemprego no Brasil alcançou o patamar de 12,7% no primeiro trimestre deste ano. São mais de 13 milhões de brasileiros em busca de uma vaga. Bolsonaro tem questionado constantemente a metodologia do IBGE para avaliar o mercado de trabalho.
Retorno de Cristina Kirchner
A política externa teve espaço no discurso de Bolsonaro, que criticou o possível retorno da ex-presidente Cristina Kirchner ao governo da Argentina.
— Preocupem-se primeiro com a Argentina, que está voltando para as mãos da senhora Cristina Kirchner. Querem que eu me aproxime de Venezuela, Bolívia, Cuba? Com todos respeito a estes países, mas devemos nos aproximar de quem é melhor do que nós.
Fonte: “O Globo”