A serpente paralisa a presa ao lhe capturar o olhar, hipnotizando-a, para dar o bote final. É um poder covarde, que não permite chance de defesa. Chama-se feitiçaria – “sedução, encanto”.
O mapa do resultado eleitoral confirmou que o Brasil está dividido em dois territórios – Sul e Norte. Lula, o feiticeiro, fez esta divisão. E mandou sua PAC-Man Dilma colher as presas com sua Bolsa.
É uma divisão nunca vista antes neste País. Produziu ainda, nos dois lados, variados graus de distorção perceptiva na população – a presa. Graus de maior ou menor hipnose, digamos. Tudo sem Política, sem entendimento. Só um dinheirinho, muita propaganda, alguma sorte, e o carisma de Lula – a tal feitiçaria que captura a visão e paralisa a vitima.
Agora temos duas nações perfeitamente inimigas uma da outra. Lula usou suas tradicionais armas biológicas: estômago, fígado e coração. A fome, a raiva e a emoção. É sua estratégia de dominação em lugar da velha e superada luta de classes, que só os nossos caiçaras e tupinambás ainda cultivam.
Está tudo dominado. A qualquer momento, nada nesta mão, nada nesta outra e, do nada, paralisam a indústria, invadem o campo, fecham o comércio, quebram bancos e aterrorizam cidades, como em São Paulo, 2006. (“Nada nesta mão” é do Sardenberg, em artigo que aponta os truques contábeis do governo para criar recursos financeiros fictícios.)
Há os totalmente enfeitiçados que não conseguem ver a realidade porque ela é feia, aterrorizante; outros, menos enfeitiçados, consideram Serra “competente, mas sem carisma”; e outros, que ele é muito “cerebral”. Claro, diante do feitiço, é muita racionalidade. Nas extremidades há um amálgama perverso – a patologia latina, gostar da velha e pueril conversa do ex-petista Plínio, nosso Fidel quatrocentão, sobre “igualdade”. O PT gosta muito desta ferramenta, que usa para seu alpinismo. Só que Marina acabou levando os votos de Plínio.
Lula e o PT encheram de razão a falta de razão e de informação. Agiram corporativamente como quem governa a Gaviões da Fiel, só que com um pragmatismo da China. Diminuíram o entendimento da população que, “pelo alto grau de empobrecimento, é conduzida a pensar pelo estômago, e não pela cabeça” (Lula, no ano 2000, falando sobre o que é hoje a Bolsa Família e o voto consciente). Enfeitiçaram o povo com “bijuteria e espelho” (ainda Lula) e muita propaganda – sem politização como nunca antes neste Pais.
No caso da serpente, quando algo lhe quebra o encanto do olhar, a presa então consegue ver, e foge. No caso da atual divisão brasileira, sob hipnose, o modo de quebrar o feitiço é o mesmo: fazer a presa ver Lula, o feiticeiro. E não fugir, mas enfrentar. Neste segundo turno, diria Clarice, “ver é irreversível”. Já é hora de enfrentá-lo.
Certa vez Mário Covas contrariou seus conselheiros e a estratégia de marketing, improvisando num debate com Maluf: “Proponho comparar o meu caráter e o seu. É isto o que o eleitor precisa saber.” Ganhou a eleição.
Concordo plenamente, mas não creio que o caráter de Covas tenha decidido a eleição contra Maluf, assim como não foi o caráter do Tiririca que lhe fez campeão. Covas foi vaiado, apedrejado, diante de um rombo de 7 bi no BANESPA, salvo pela maracutaia do PROER.
Parabéns pelo corajoso artigo!
Corajoso…talvez!!! Porém, não muito inteligente, pois, só vê oque quer e não o todo, já ouviu falar em um tal de “PROUNI”?
Oque temos não é um pais dividido e sim uma parte do país que não quer enxergar que sua vida melhorou, que custa a acreditar que foi o governo de presidente que não tem um diploma universitário que promoveu essa mudança.
E o pior, ter que saber que muitas pessoas beneficiadas por esse programa que fez com que chegassem a universidade, insistem em ir contra e acreditar que um governo voltado somente a elite, da qual não enxerga que não faz parte é o melhor para o país.
Pode ser corajoso, porém, faz o mesmo que outros só vê oque querem e não o todo. Assim como muitos beneficiados do “PROUNI” que mostra que o governo busca o crescimento como um todo e não as custas do sofrimento dos mais pobres.
Nos governos anteriores ao suposto “Lulismo”, nenhum governo se preocupava com o ensino superior e muitos dos bacharéis que hoje temos continuariam somente com o ensino médio. “Será que era o oque queriam menos gente na suposta classe pensante?” Felizmente temos um governo que busca mais pessoas no nível superior e não somente no ensino técnico como querem os pró “PSDBtismo”.
Não tenho qualquer interesse partidário, mas 0) o artigo está bom, mas não precisa ter tanta coragem para falar numa democracia, ou precisa? 1) o proer salvou o Brasil de uma quebradeira – hoje o pt concorda com isto e os Estados Unidos estão fazendo igual 2) Covas era turrão, bravo, o que quiserem, mas foi honesto, um dos melhores políticos brasileiros 3) Tiririca é um plano do pt para aproveitar o voto debochado da população 4) Quem promoveu a flexibilizacao para esta enxurrada de universidades foi o Min. Paulo Renato, do PSDB. O PT so manteve. No que mexeu, piorou.
Esta tática de desmerecer um político apoiado pela massa e de apelar para citações fora do contexto é ridícula. Alguém acredita que o Brasil antes de Lula não era dividido?
A divisão existe porque no Sul está a elite, esta classe de pessoas que só querem defender seus interesses em detrimento dos interesses da nação. Esta elite, que financia este site e o seu artigo, está muitíssimo incomodada com a revolução política que está acontecendo com os mais pobres, que perceberam que existe possibilidade de melhora e desejam manter esta condição.
Comparar os mais desfavorecidos que votam no Lula e na Dilma com o PCC é absurdo, ridículo, digno de grande parte da mídia brasileira.
Só esperam que os leitores deste site percebam que o “feitiço” e a “sedução” tiraram mais de 40 milhões da pobreza. Dilma vai ganhar, e teremos mais um ciclo virtuoso de crescimento com distribuição de riqueza no Brasil.
É o seguinte: o PT, leia-se Lula – ou vice-versa – garimpou todo o ouro deixado na rocha pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, colocou nas costas e hasteou, ou pretende hastear a sua bandeira no topo da montanha, como prova de uma conquista que não é sua. Possessivo, quer que a sua bandeira vermelha permaneça lá, a qualquer custo, atribuindo a si todos os méritos, focado exclusiva e exaustivamente no seu “projeto de poder”, seu grande e velho sonho. Neste momento, sobretudo, “ver” é obrigatório, imprescindível.
Parabéns pelo artigo corajoso.