O Brasil deve crescer 2,2% em 2019, com a economia partindo de uma base fraca e progressivamente ganhando ímpeto, avalia o Banco Mundial. A projeção considera que as reformas fiscais serão implementadas rapidamente pelo novo governo e que a recuperação do consumo e do investimento vai mais do que compensar o efeito negativo dos cortes nas despesas públicas, diz relatório divulgado ontem.
“A nova administração precisa urgentemente fazer planos para reduzir as vulnerabilidades fiscais causadas por um sistema previdenciário insustentável”, adverte o Banco Mundial. Para 2020 e 2021, o avanço esperado da economia brasileira é um pouco mais forte, de 2,4% nos dois anos.
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A instituição acredita que o Brasil tenha crescido 1,2% em 2018. O fraco desempenho do ano passado refletiu o impacto da greve dos caminhoneiros e das incertezas relacionadas às eleições presidenciais, segundo o documento. Em junho, o banco ainda projetava um crescimento de 2,4% para o Brasil em 2018, número que não incorporava os efeitos da paralisação de 11 dias realizada pelos caminhoneiros no fim de maio. A projeção para 2019 era de 2,5%.
Num de seus capítulos, o relatório destaca os desafios da informalidade. No caso brasileiro, o pouco acesso a financiamentos é o principal motivo que explica o fato de as empresas informais serem pequenas e improdutivas, diz a instituição. O custo de capital dessas companhias é pelo menos 1,3 vez maior do que o das que estão no setor formal.
Segundo o Banco Mundial, o segmento informal responde por aproximadamente 70% dos postos de trabalho e por 30% do PIB dos países emergentes e em desenvolvimento. “Considerando que esse setor está associado a produtividade e receitas de capital mais baixas e a pobreza e desigualdade mais altas, esta situação é sintomática de oportunidades perdidas”, afirma o documento. “Reduzir o ônus tributário e regulatório, melhorar o acesso a financiamento, oferecer educação e serviços públicos melhores e fortalecer o quadro de receitas públicas poderiam nivelar o terreno entre os setores formal e informal.
Fonte: “Valor Econômico”