China lidera lista inédita da publicação britânica “Times Higher Education”
Apenas quatro universidades brasileiras integram a lista das cem melhores instituições de nível superior de países emergentes, segundo ranking inédito da publicação britânica Times Higher Education (THE), que realiza também o mais respeitado levantamento acadêmico do mundo. O estudo Brics & Emerging Economies Rankings 2014 analisou indicadores de universidades de 22 nações, incluindo Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.
Entre as brasileiras, figuram na lista a Universidade de São Paulo (USP), em 11º lugar, a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), em 24º, a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), em 67º, e a Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Unesp), em 87º.
A China foi o grande destaque do levantamento: 23 das cem melhores universidades estão localizadas em seu território. Além disso, o gigante asiático é o país que detém as duas primeiras posições na lista, com a Universidade de Pequim, no topo, e a Universidade Tsinghua, em seguida.
Taiwan aparece em segundo lugar no ranking de nações, com 21 instituições, seguida pela Índia, com dez. Somadas as instituições de China, Índia e Taiwan, o grupo de nações asiáticas é responsável por mais da metade da lista, com 54 universidades. Outras dezesseis instituições estão no continente.
Entre os Brics, o Brasil só supera a Rússia em número de universidades no ranking. Os russos possuem apenas duas representantes. Mas o estudo faz uma ressalva acerca do desempenho do país europeu: “Essa baixa representação é parcialmente explicada pelo fato de algumas das mais fortes instituições da Rússia serem especializadas demais para serem incluídas: por exemplo, o Instituto de Física e Tecnologia de Moscou e o Instituto Estadual de Engenharia Física de Moscou estão entre as cem melhores do mundo em ciências físicas, mas não podem ser incluídas na lista dos Brics.”
O editor de rankings da THE, Phil Baty, diz que o Brasil possui poucas instituições no ranking devido a falhas na condução das universidades. “Na China, há um estímulo forte para que os estudantes publiquem suas pesquisas em inglês, o que facilita sua divulgação em todo o mundo. Isso consolida a reputação do país e encoraja instituições de ponta a trabalhar com cientistas chineses”, diz Baty.
A burocracia brasileira é outro obstáculo, segundo o editor. Enquanto as universidades líderes se esforçam para atrair os melhores professores do mundo, o sistema brasileiro dificulta a contratação de docentes estrangeiros e, quando o faz, oferece salários mais baixos do que os pagos por instituições estrangeiras. “O Brasil também precisa investir mais para construir uma infraestrutura sustentável de pesquisa”, diz.
Para a elaboração do ranking são analisados os seguintes indicadores de cada instituição: volume de pesquisas e citações em publicações especializadas, qualidade do ensino, titulação do corpo docente, prêmios, grau de internacionalização (quantidade de alunos estrangeiros) e inovação.
Fonte: Veja
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