O eleitorado brasileiro cresceu 5,17% nos últimos quatro anos, saindo de 135.804.433 votantes, em 2010, para 142.822.046, de acordo com um balanço divulgado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) nesta terça-feira. Os números revelam ainda que esse eleitorado está mais velho e feminino. As mulheres, que já eram maioria na última eleição geral, aumentaram ainda mais sua participação no eleitorado: são 74,5 milhões, ou 52,13% do total. Em 2010, elas eram 51,82%. O número de homens eleitores (68,2 milhões) também cresceu, mas a um ritmo menor que o das mulheres. Já a faixa etária mais numerosa nessa eleição é a situada entre 45 a 59 anos: 33,8 milhões, ou 23,66% do total. Em 2010, o grupo entre 25 e 34 anos era o maior. Os eleitores com 60 anos ou mais também cresceram em número: são 24,3 milhões, 17,01% do total. Em 2010, eles eram 15,29%.
Os números mostram ainda que o total de eleitores entre 16 e 17 anos diminuiu em 31,5% em relação ao eleitorado de 2010. Neste ano, o número de eleitores jovens que tiraram o título já era menor em relação a 2006. Segundo o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Dias Toffoli, em 2010, foi considerada a idade que os eleitores tinham em 30 de junho. Em 2014, é considerada a data da eleição, 5 de outubro.
— Isso tem algumas explicações do ponto de vista técnico. É claro que pode haver razões políticas. Gostaríamos de destacar que os dados de 2014 levam em conta o fechamento total do cadastro. Aquele vai fazer 18 anos na data da eleição já não tá contabilizado como 17 anos. Aquele que vai fazer 17 anos, não está contabilizado como 16 anos. Em 2010, o fechamento dos dados foi em 30 de junho. Quem teria 18 anos foi contabilizado como 17 anos. Outro dado é que há uma aumento geral da idade do brasileiro, com menor natalidade. A perspectiva é que a cada eleição diminuirá o número de eleitores nas faixas etárias mais baixas em relação às mais altas — disse Toffoli.
Também cresceu, em 76,75%, o número de eleitores residentes no exterior, que só podem votar para presidente da República. Eles eram 200 mil em 2010 e agora são 354 mil — 0,25% do eleitorado total. A maioria, 112.252, vive nos Estados Unidos.
Para o presidente do TSE, ministro Dias Toffoli, o crescimento de votantes fora do Brasil cresceu devido à maior divulgação e à abertura de consulados brasileiros.
– Eu penso que houve uma maior divulgação dessa possibilidade de voto no exterior e houve também um aprimoramento na relação com o Itamaraty, facilitando e ampliado o acesso de brasileiros no exterior aos seus consulados. O TRE responsável pela realização das eleições no exterior é o do DF. Só que ele faz isso evidentemente com o auxílio dos nossos consulados. E nos últimos anos houve um incremento muito grande do número de consulados nos países com que o Brasil mantém relações diplomáticas – disse Toffoli.
Já o voto em trânsito será novamente permitido, mas apenas em 92 cidades que sejam capitais ou tenham segundo turno (mais de 200 mil eleitores). Para isso, o interessado deverá se habilitar em qualquer cartório eleitoral até 21 de agosto, informando onde pretende votar. Nesses casos, só é permitido o voto para presidente.
Os maiores colégios eleitorais continuam sendo os mesmos: São Paulo (22,4%), Minas Gerais (10,68%), Rio de Janeiro (8,5%), Bahia (7,13%) e Rio Grande do Sul (5,88%). O menor é Roraima: 0,21%. Portanto, para cada eleitor roraimense, há 107 paulistas. Por cidade, as maiores são São Paulo (6,15% dos eleitores), Rio de Janeiro (3,39%), Salvador (1,35%), Belo Horizonte (1,34%) e Brasília (1,33%). O menor colégio eleitoral é Araguainha, em Mato Grosso, com apenas 898 aptos a votar.
Os eleitores que passaram pelo cadastramento biométrico, espalhados por 764 municípios além do Distrito Federal, são 23,9 milhões, ou 16,7% do total. Em quatro unidades da federação — DF, Alagoas, Sergipe e Amapá — e em 15 capitais foi feito o recadastramento de todos os eleitores.
Representações e julgamentos
Toffoli destacou também que o número de representações no TSE ainda é baixo na comparação com o mesmo período de 2006 e 2010. Foram 46 até segunda-feira. Mas ressaltou que pode aumentar com o começo do horário eleitoral gratuita.
— Há uma diminuição em relação às eleições anteriores. Tende a aumentar quando começar em 19 de agosto o horário eleitoral gratuito, em razão de direito de resposta, veiculações que possam ser entendidas como ofensivas.
O ministro afirmou ainda que a Justiça Eleitoral conseguirá julgar os casos de candidaturas contestadas, inclusive aquelas que poderão ser barradas pela Lei da Ficha Limpa. Esta é a segunda eleição em que a lei será aplicada. Na primeira vez, em 2012, foram realizadas eleições municipais, quando, como lembrou o ministro, o número de candidatos era bem maior. Além disso, na eleição municipal, havia uma instância inferior a mais para julgar esses casos, o que aumentava o número de recursos.
— A Justiça Eleitoral, nestas eleições, tenho certeza, conseguirá a tempo e a hora tomar as decisões antes das eleições de 5 de outubro. Até porque há uma característica dessas decisões: há menos candidatos. Em 2012, era meio milhão de candidatos. Agora são 26 mil. Portanto, o número de impugnações também é menor. Além de diminuir o número de instâncias.
No Rio, voto jovem tem queda de 50%
O número de eleitores aptos a votar no próximo dia 5 de outubro no Estado subiu 2% em relação a 2012: são hoje 12.141.145, mas entre os jovens de 16 e 17 anos – com voto facultativo – a queda foi de quase 50% em termos proporcionais, no mesmo período. São 75.487 os eleitores nessa faixa etária (0,52% do total do eleitorado), enquanto que, em 2012, o número era de 117.988 (0,99% do total) O levantamento é do Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro, com base nos dados anunciados nesta terça-feira (29), pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
O número de eleitores jovens com voto facultativo também diminuiu em todo o país, passando de 2.913.789, em 2012 (2,07% do total), para 1.638.751, em 2014 (1,15%).
Fonte: O Globo.
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