O alerta é da Câmara Internacional de Comércio, que, na terça-feira, 11, publicou seu informe bianual sobre as barreiras às exportações no mundo
Genebra – O Brasil é a economia mais fechada do G-20 e uma das mais protecionistas do mundo. O alerta é da Câmara Internacional de Comércio, que, na terça-feira, 11, publicou seu informe bianual sobre as barreiras às exportações no mundo, assim como os entraves em infraestrutura e burocracia. Para a entidade, o Brasil é mais fechado hoje que no início do governo de Dilma Rousseff e está abaixo da média mundial em termos de abertura ao mundo.
Num ranking das 75 maiores economias, que representam quase a integralidade do comércio internacional, o Brasil aparece apenas na 68.ª posição entre os mais abertos. Apenas oito países seriam mais fechados que o Brasil, entre eles Quênia, Paquistão e Venezuela.
Em comparação ao ranking de 2011, o Brasil subiu uma posição. Mas o cálculo mostra que o País é mais fechado hoje que há dois anos. Numa pontuação de 1 a 6, com 6 para as economias mais abertas, o Brasil somou apenas 2,2 pontos. Em 2011, tinha 2,3 pontos.
O resultado aponta que, entre as economias do G-20, nenhuma é tao fechada quanto a do Brasil. Economias como a da Argentina, frequentemente acusada de protecionista, seriam mais abertas que a brasileira. Estão ainda em situação melhor países como Índia, Egito, China, Rússia ou Arábia Saudita.
O resultado põe o Brasil no grupo de economias mais fechadas que a média mundial. Um dos piores resultados do Brasil é na política comercial. O País somou só 1,7 ponto nesse critério, além de 2,2 pontos no que se refere aos investimentos.
A avaliação leva em conta a política comercial, a abertura a investimentos e infraestrutura que permitam o fluxo de comércio. A liderança no ranking é de Hong Kong e Cingapura, as economias mais abertas. Os piores seriam o Sudão e a Etiópia.
Nos últimos meses, o Brasil tem sido alvo de duras críticas de governos, empresas, especialistas e até organismos internacionais. Todos apontam para as tendências protecionistas do País como exemplo do que não deve ser seguido.
Se o Brasil não se sai bem no ranking, a situação não é muito diferente para os demais países dos Brics. Salvo o caso da África do Sul, as demais economias do bloco têm indicadores abaixo da média mundial, mesmo diante da expansão econômica. Um dos principais problemas é a existência de regimes de comércio que privilegiam empresas locais, com altas tarifas.
Na avaliação da entidade, não é apenas o Brasil e os Brics que deixam a desejar. Para o grupo, o G-20 não está mostrando liderança no combate ao protecionismo. Apenas uma das economias do grupo está entre as 20 mais abertas do planeta. Trata-se do Canadá, na 19.ª posição.
O grupo já fez em diversas ocasiões promessas de que não iria recorrer ao protecionismo. “Os líderes do G-20 têm enfatizado de forma consistente a importância de abrir mercados. Mas nossa pesquisa mostra que eles estão abaixo do que o resto do mundo está fazendo”, disse Jean-Guy Carrier, o secretário-geral da Câmara.
Fonte: Exame.com
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