O secretário de Acompanhamento Econômico do Ministério da Fazenda, Mansueto de Almeida, afirmou nesta quinta-feira (15/09) que o Brasil vai se tornar um país com população envelhecida antes de se tornar rico. Diante do envelhecimento acelerado, em ritmo muito maior que outros países, Mansueto afirma que não há espaço para transição suave numa reforma da Previdência.
“O período de transição tem que ser rápido. (…). O Brasil vai se tornar um país com maior proporção de idosos sem se tornar rico”, disse ele, ao participar de sessão especial do Fórum Nacional, organizado pelo ex-ministro do Planejamento João Paulo dos Reis Velloso.
Em 2015, o país tinha oito pessoas para cada uma acima de 65 anos. Em 2040, essa proporção será de quatro pessoas para cada idoso.
Mansueto destacou a importância da reforma da Previdência para o controle de gastos públicos não só para os próximos dez anos, mas para os próximos 30 anos. Em sua apresentação, Mansueto ressaltou que a atual crise fiscal é resultado de “uma anomalia e série de erros sucessivos”, que provocou a “brutal recessão” que se vive hoje.
“Nossa situação fiscal é gravíssima, semelhante ao de países que passaram por crise bancária, como Portugal e Grécia. Só que não tivemos crise bancária – disse, classificando a trajetória da dívida pública como “explosiva”.
PEC
Mansueto Almeida também defendeu a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 241, que limita o teto de gastos das contas públicas, como a melhor solução para o país sair da crise. “Sem a PEC dos gastos, os juros continuarão altos e o crescimento não voltará”, afirmou, em palestra no Fórum Nacional, que acontece no Rio.
Segundo Mansueto, o ajuste fiscal desenhado pelo governo é a melhor alternativa porque será gradual. “Nossa proposta é a menos dolorosa possível. Não leva a cortes grandes de despesas. Não leva a cortes de aposentadorias, como em vários países da Europa”, disse o secretário. Ele atribuiu a crise atual a “erros sucessivos” do governo petista, que serão desfeitos aos poucos, segundo Mansueto. A proposta é reduzir subsídios e exonerações fiscais, que, em sua opinião, “foram excessivos”. “Não é necessariamente ruim dar subsídio, desde que haja capacidade financeira para isso”, afirmou Mansueto.
Além disso, o governo vai reavaliar os gastos com programas que considera “realmente sociais”. O “Minha Casa, Minha Vida”, da ex-presidente Dilma Rousseff, “não vai acabar”, mas será reduzido. A transição será gradual, porque “não há como cortar os subsídios de uma hora para outra”, segundo o secretário. O gasto com subsídio será de R$ 30 bilhões neste ano e de R$ 29,5 bilhões em 2017, enquanto a desoneração da folha de pagamentos custará R$ 18 bilhões neste ano e R$ 16 bilhões no ano que vem.
Fonte: “O Globo”
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