A cada cinco segundos, um novo processo é aberto na justiça brasileira, somando-se aos cerca de 115 milhões de casos que atualmente tramitam no Judiciário do país. Muitas dessas disputas poderiam ser resolvidas de forma amigável, por meio da mediação. Foi pensando nisso que a bacharel em Direito Melissa Felipe Gava desenvolveu a primeira plataforma de mediação de conflitos online, a MOL, ampliando o acesso de pessoas de todo o Brasil a uma forma mais amigável, rápida e econômica para a resolução de impasses.
Durante seus estudos na Europa e nos Estados Unidos, Melissa se aprofundou na mediação, que funciona quando uma terceira pessoa imparcial facilita o diálogo e o acordo entre os envolvidos no conflito. Ao voltar para o país, a CEO percebeu que o mercado brasileiro era pequeno e carente desse tipo de solução.“Tem gente que gosta de pensar na mediação como uma maneira de tirar esse gargalo da justiça, mas eu prefiro ver como uma mudança de paradigma. É a troca da cultura do litígio para a cultura da pacificação. Você deixa de lado uma sentença por um acordo amigável”, explicou Melissa.
Veja mais
Fábio Prieto: “Apesar dos conselhos, juízes brasileiros têm independência”
Julian Chediak: “Está na hora da gente repensar a lei”
Jamille Medeiros fala sobre a importância de um Judiciário especializado em Direito Empresarial
A MOL, que atende pessoas físicas e jurídicas, funciona em cinco etapas. Na primeira, o caso é enviado. Depois, a plataforma busca a adesão da outra parte. Caso ela aceite, a conta é ativada e um login é criado para os envolvidos no processo. O quarto passo é o agendamento da sessão com o mediador e as partes, podendo ser por videoconferência, chat ou telefone. Havendo consenso, é redigida a minuta, com validade jurídica, e enviada para a assinatura digital. Atualmente, a MOL, que é comandada por Melissa e sua sócia, Camilla Feliciano Lopes, conta com 40 mediadores, que atuam em todo o Brasil e até em outros países.
“Essa é a ideia da mediação online: levar o serviço para pessoas que não o fariam porque não podem estar presentes. Para o futuro, esperamos que o brasileiro fique sempre mais consciente ao escolher aderir à mediação, ao invés de ficar anos brigando por algo na justiça. Esperamos que a plataforma ajude a amplificar essa cultura, tanto do lado do cidadão, quanto das empresas”, acrescenta Melissa.
Segundo a empresária, o crescimento no número de legaltechs, startups voltadas ao mundo jurídico, é fundamental para o aprimoramento do direito no Brasil que, de acordo com ela, ainda é muito “conservador”. Melissa cita ainda diversos benefícios de se investir no ambiente online. “É um modelo de negócios escalável, onde você pode alcançar um número maior de público, além de serem soluções mais econômicas. É o futuro, não podemos voltar atrás”. Ouça!
No Comment! Be the first one.