As lojas sem caixas registradoras prometem revolucionar o varejo. Este ano, depois de vários testes, a Amazon inaugurou o seu primeiro mercado sem atendentes. Sediada em Seattle, nos Estados Unidos, a Amazon Go utiliza um aplicativo para cobrar os clientes. De olho nessa tendência, os capixabas Tomás Scopel, Rodrigo Miranda e Mário Miranda decidiram apostar no conceito e abrir uma loja autônoma, em Vitória, Espírito Santo, no final do ano passado. Após algum tempo em operação, Renato Antunes Jr integrou o time da empresa.
Para entrar na Zaitt, o consumidor precisa baixar o aplicativo da startup. Após escanear o QR Code na entrada, as portas são destravadas. O cliente escaneia os produtos, que são adicionados em um carrinho virtual. Ao final da compra, os pagamentos são feitos pelo aplicativo.
Como é um conceito novo de compra, essa tecnologia é mais aplicada em estabelecimentos de pequeno porte. A Zaitt funciona como uma loja de conveniência, com em média 400 itens diferentes.“Trabalhamos com produtos de alimentação mais rápida, como chocolates, salgadinhos, massas congeladas e bebidas”, diz Miranda.
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Para controlar o movimento da loja, os empreendedores investiram em diversas câmeras de segurança. Segundo o capixaba, a startup não tem funcionários para vigiar a loja.
Mudanças de planos
A Zaitt não nasceu como uma loja autônoma. Após terminar a faculdade de engenharia mecânica, os amigos Tomás Scopel, Rodrigo Miranda e Mário Miranda não queriam trabalhar na indústria. Seguiram então pelo caminho do empreendedorismo.
Em 2016, eles lançaram a Zaitt, uma empresa que começou como um delivery de bebidas. “Na época da faculdade, nós fazíamos muitas festas, e não havia muitos locais que entregavam bebidas. Assim, vimos uma oportunidade de mercado”, diz o empreendedor.
A proposta era entregar os produtos em menos de 40 minutos. A startup estocava os itens e cuidava da logística de entrega. Com o tempo, o estoque de bebidas se tornou uma loja física, que vendia também outros produtos, como salgadinhos e chocolates.“Queríamos criar um negócio mais inovador. Foi aí que pensamos em abrir uma loja sem ninguém para operar e sem filas no caixa”, afirma Miranda.
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Uma nova empresa
Apesar de transformar o seu negócio em uma loja física, os empreendedores não desistiram do modelo de delivery. Assim, criaram uma nova empresa em 2017: a Shipp. Com uma proposta diferente, a startup promete entregar não apenas bebidas, mas ser um “delivery de tudo”.
Nesse modelo de negócio, as lojas, cantinas, bares cadastram seus produtos no aplicativo. A partir de ferramentas de geolocalização, esses itens ficam disponíveis para os clientes. Caso haja um pedido, a Shipp aciona um dos seus 1500 entregadores para atender o cliente. A startup trabalha com 350 lojas parceiras e cobra uma comissão de em média 20 a 27% sobre o valor de venda dos produtos.
De acordo com o empreendedor, se o cliente quiser comprar algum produto que não esteja cadastrado, é possível fazer uma encomenda. “O nosso entregador anda com um cartão de débito e vai até a loja que o cliente solicitar para comprar o produto, nosso funcionário é como se fosse um assistente pessoal de compras”, diz.
Desde a sua fundação em 2017 a Shipp já faturou R$ 2 milhões. Já a Zaitt, desde que mudou para loja autônoma, já faturou R$ 250 mil.
Fonte: “Pequenas Empresas & Grandes Negócios”