A busca por uma sociedade mais justa ultrapassa as questões sociais e se torna também uma questão econômica, já que se estivermos em um lugar onde todos trabalham e geram riqueza, todos irão prosperar.
Apesar de, normalmente, os projetos sociais serem associados apenas ao trabalho voluntário de ongs, institutos e até da filantropia, é crescente o número de empresas privadas, que entendendo a importância do desenvolvimento coletivo, trabalham em prol desse ideal.
Um bom exemplo é a MGN, uma empresa que atua dando apoio à gestão de projetos que visam algum tipo de transformação social. Marcelo Nonohay, diretor da consultoria especializada em transformação social MGN, conta que no início, em 2006, acreditavam que não haveria espaço para uma empresa com esse tipo de atuação e, hoje, não faltam projetos. Ouça o podcast!
“Iniciamos com programas de voluntariado empresarial, e trabalhamos até hoje, mas também trabalhamos com outros projetos de investimento social privado, a maioria de algum tipo de investimento na área de educação. Recentemente passamos a trabalhar com programas de diversidade nas organizações. Hoje as pessoas falam muito daquela sigla ESG (Environmental, Social and Governance) e entendemos que atuamos muito fortemente dentro do S, que é a área social, com o engajamento de colaboradores das empresas, e sempre visando algum tipo de impacto muito positivo nas comunidades”, explicou.
A diferença do trabalho voluntário tradicional para o voluntariado empresarial, é que o segundo é feito como política de empresa, ou seja, algum empreendimento decide colocar o seu capital social, seus colaboradores, à serviço da comunidade.
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Embora não seja uma regra, Marcelo Nonohay aponta que além do impacto social, muitas vezes, o voluntariado empresarial tem como consequência o estímulo e investimento corporativo.
“Trabalhamos com várias empresas do setor financeiro, e muitas vezes essas empresas querem fazer um trabalho de voluntariado corporativo, com uma temática de educação financeira, porque nós entendemos que o negócio delas tem muito a ver também com ajudar as pessoas que tiveram pouco acesso à educação financeira, a receber esse tipo de informação. Porém, tem outros casos, em que a empresa não está necessariamente alinhada com o negócio, mas só com questões de solidariedade, como temos visto muito agora na pandemia, quando as empresas mobilizam seus funcionários e comunidades para, por exemplo, criar campanhas de arrecadação de alimentos, ou também, fazer campanhas de estímulo a empreendedores que estão sofrendo muito com os impactos das questões econômicas”, exemplificou.
+O setor privado não é o vilão
Marcelo acredita que, seja de forma individual ou empresarial, ações e projetos filantrópicos e voluntários fazem parte de nossa responsabilidade enquanto cidadãos. Para ele, o voluntariado não é e nem deve ser obrigatório, mas cuidar para melhorar o ambiente em que vivemos é uma questão de consciência cidadã.
“Quando olhamos algumas pesquisas, vemos que existe um número relativamente grande de brasileiros que entendem que quem deveria cuidar dos problemas sociais, ambientais, que enfrentamos na nossa sociedade, é o governo. E, ainda que possamos argumentar que o governo, obviamente, tenha uma parcela grande de responsabilidade para cuidar disso, podemos entender que cada pessoa pode se mobilizar e tentar encontrar meios de fazer a sua parte também”, destacou.
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Aqui no Instituto Millenium são produzidos diariamente conteúdos que estimulam o senso crítico e incentivam cada indivíduo a buscar desenvolver os seus talentos e correr atrás dos próprios sonhos. Lembre-se que não devemos esperar soluções apenas do Estado, porque não cabe ao governo controlar e decidir qual deve ser o melhor caminho, já que não existe liberdade se não formos livres para escolher.