Na primeira semana após o início oficial das campanhas, candidatos declararam à Justiça Eleitoral gastos de aproximadamente R$ 87 milhões, principalmente com publicidade. Apesar de boa parte dos políticos manifestar interesse em usar as redes sociais como forma de convencer o eleitor e reduzir custos, a propaganda em material impresso – panfletos, adesivos e santinhos – consumiu mais recursos até agora – R$ 10 milhões em nove dias. Já o impulsionamento de conteúdo nas redes sociais, permitido pela primeira vez em eleições, teve gastos de R$ 381 mil.
As informações constam no site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que apresenta, pela primeira vez, as prestações de contas das eleições 2018 em um sistema digital. Ele é atualizado pelas próprias campanhas e partidos em tempo real. A divulgação visa dar transparência ao gasto do dinheiro público – as campanhas terão R$ 1,7 bilhão do Fundo Especial de Financiamento de Campanha, além de parte da verba do Fundo Partidário, que neste ano é de R$ 880 milhões.
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Também de forma inédita em uma eleição presidencial, os partidos têm de prestar contas em até 72 horas de todas as doações que recebem durante o período eleitoral. O prazo, porém, não é obrigatório quando se trata dos gastos.
Para o deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ), candidato à reeleição, as campanhas ainda estão avaliando a proporção de investimento a ser feita em cada área. “As redes sociais terão um peso importante (na campanha). É onde consigo, por exemplo, apresentar minha atuação como deputado porque só tenho 4 segundos de propaganda na televisão. Mas elas vão ajudar porque eu faço muita campanha nas ruas também”, afirmou Braga.
Com o maior valor gasto até agora em publicações patrocinadas, o candidato do MDB à Presidência, Henrique Meirelles, usou R$ 50 mil para aumentar sua popularidade na internet. Ex-ministro da Fazenda do governo Michel Temer, o candidato tem tido dificuldade de passar do 1% nas pesquisas de intenção de voto. Na avaliação da campanha de Meirelles, a publicidade em redes sociais ainda é complementar às propagandas impressas e atinge um público mais jovem.
Candidato ao governo do Distrito Federal, Alexandre Guerra, do partido Novo, vai priorizar sua campanha nas redes sociais. Ele investiu R$ 15 mil na contratação de uma empresa de impulsionamento de posts. Por ser de um partido que não atende às regras necessárias para ser chamado para os debates na televisão, Guerra fará sua aposta na internet e na interação com os eleitores por meios virtuais. Ele tem usado até mesmo aplicativos de relacionamento, como o Tinder e o Grindr, para se aproximar de seus eleitores.
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Na outra ponta, um dos partidos que mais usou verba para fazer propaganda impressa foi o Avante, legenda com apenas cinco deputados. Na primeira semana de campanha, a sigla desembolsou R$ 1 milhão em 13 serviços.
A maior parte das despesas registradas pelo TSE, aproximadamente R$ 62 milhões, se refere a doações financeiras dos partidos para seus próprios candidatos. Em segundo lugar vem a publicidade impressa, seguido de “produção de programas de rádio, televisão ou vídeo”, que consumiu R$ 4,8 milhões. Este gasto tem relação direta com o horário eleitoral, que começa na próxima sexta-feira, 31.
Dos 13 candidatos à Presidência, apenas três começaram a registrar despesas no TSE – Meirelles, Alvaro Dias (Podemos) e o candidato do Novo, João Amoêdo, que prestou contas de R$ 45 mil utilizados com fretamento aéreo.
Sem usar dinheiro público, o candidato informou que pretende voar preferencialmente de avião de carreira, mas alugou a aeronave para cumprir agenda que não seria possível com voo comercial. Ex-banqueiro, Amoêdo conta com um patrimônio estimado em R$ 425 milhões. Em nove dias de campanha, ele recebeu R$ 100 mil em doações.
Fonte: “O Estado de S. Paulo”