Como seu próprio nome antecipava, o bloco carnavalesco “Que merda é essa?”, usando camisetas com Monteiro Lobato abraçado a uma mulata, enfrentou protestos irados de militantes que denunciaram o escritor por racismo contra Tia Nastácia e recomendaram ao Ministério da Educação o seu banimento das escolas públicas.
Com o avanço do politicamente correto, “Índio quer apito” será um dos próximos alvos, pela forma pejorativa de se referir aos nossos silvícolas, os verdadeiros donos da terra brasileira, enganados e explorados pelos brancos.
Por seu desrespeito à diversidade sexual e sua homofobia latente, Cabeleira do Zezé não deverá mais ser cantada nas ruas e em bailes, por estimular preconceitos contra homossexuais. Nem Maria Sapatão, a correspondente feminina da violência homofóbica contra o Zezé (“Corta o cabelo dele!” ). Além da ofensa ao profeta Maomé, ao compará-lo a um gay cabeludo. Por muito menos Salman Rushdie teve de passar anos escondido da fúria islâmica.
Precursor do politicamente correto, o fundamentalismo islâmico exigirá a proibição de Alá-Lá-Ô por usar com desrespeito o Nome Supremo em festas devassas e ofender o Islã. Um aiatolá dos Emirados Sáderes pode até emitir uma fatwa condenando os autores da blasfêmia à morte.
Pelo uso do termo pejorativo e racista “crioulo” não escaparão da condenação nem os ilustres afro-brasileiros Paulinho da Viola, Elton Medeiros, Nelson Sargento, Anescarzinho e Jair do Cavaquinho, criadores do clássico Quatro Crioulos, em 1965. Além da palavra maldita, a música diz que eles ocupam boquinhas públicas, em plena ditadura:
“São quatro crioulos inteligentes / rapazes muito decentes / fazendo inveja a muita gente / muito bem empregados numa secretaria ?”
O Samba do Crioulo Doido, de Sérgio Porto, é pior: por sugerir que a burrice e a ignorância seriam exclusivas dos negros e associá-las ao mundo do samba. Puro preconceito: a estupidez não escolhe cor e também abunda no rock, na política e no esporte. E cada vez mais nos meios acadêmicos racialistas e politicamente corretos.
Bom carnaval multicultural!
É bom deixar bem esclarecido que ninguem quer censura a obra de Monteiro Lobato,quanto menos desqualifica-lo.Temos que observar que época passa essa leitura e quem circustancias passava o Brasi naquela ocasião.Por outro lado,é válido todas as manifestaçoes contrárias de tudo aquilo que o ser humano possa sentir-se mal,por isso o protesto desse pequeno grupo é válido sim.
Procurem ler o livro Raça Pura,de Pietra Diwan.Leiam e poderao compreender um pouco desse manifesto.
Como não há comentarios?Deixe um comentário ontem e que vcs não colocaram por que não quis.
Será que isso chama-se liberdade de expressão mesmo?
Fabio , deixa de sentir-se perseguido , a realidade é outra , todos daqui estavam na farra.
Bom final de feriado.
Olá Regina!
Regina,vou ser chato sim com essa gente.Eles batem e depois ficam caindo em contradiçoes.Não sou agressivo nos meus comentários,faço somente o dever como cidadão que é de expressar os meus comentários.
Foi bom falar com vc novamente Regina.
Excelente artigo!
Só faltou mencionar:
“O teu cabelo não nega, mulata, porque és mulata nagô…
mas como a cor não PEGA, mulata, mulata eu quero teu amor!”
Quer dizer que o cara só quer a mulata de cabelos pixaim, ôpa, crespos porque ele sabe que não ficará “manchado” ou maculado pela cor da sua mulata
Pertinente observacao de Nelson Motta:O racismo e o preconceito estao bastante presentes na musica brasileira.