O empresário Silvio Santos teve de desfazer-se de seu banco, o Panamericano, em razão de “inconsistências contábeis” de R$ 4,3 bilhões descobertas nos balanços da instituição financeira, o que arranhou sua reputação, mas não lhe tira o mérito de há muito tempo dedicar-se a ganhar a vida fazendo negócios com aquela camada da população que tem pouco dinheiro, era negligenciada pela maioria das empresas e hoje virou público-alvo de grande parte do mundo corporativo.
O xodó de Silvio Santos por consumidores de baixa renda não chega a ser uma opção preferencial pelos pobres. Foi uma evolução de sua experiência predecessora como mascate, o que lhe deu vivência para detectar as reais necessidades dessa gente. Entre seus principais atributos, nota-se uma objetividade didática na comunicação de causar inveja a nós, jornalistas.
Os títulos de capitalização de seu grupo, vendidos com o nome de Tele-Sena, são comercializados nas agências dos Correios muito antes de o Bradesco começar a usar as unidades da estatal como correspondentes bancários, em 2001.
O contrato do Bradesco com a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) para operar o chamado Banco Postal vai vigorar até dezembro, quando nova licitação definirá quem passará a administrá-lo.
A ECT pretende emitir cartões de crédito e pré-pagos e suas agências foram autorizadas no começo da semana, pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), a atuar como correspondentes cambiais e comprar e vender moedas estrangeiras até o limite de US$ 3 mil.
Conforme relatam as repórteres Maria Luíza Filgueiras e Ana Paula Ribeiro nas páginas 34 e 35 desta edição, os principais bancos instalados no país demonstraram interesse em operar o Banco Postal. É a forma mais fácil, rápida e econômica de estar presente em todos os municípios do país – capilaridade há muito tempo explorada por Silvio Santos.
Fonte: Brasil Econômico, 02/03/2011
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