Os cinco países que formam os Brics chegaram a um amplo consenso sobre a criação do banco de desenvolvimento de US$ 100 bilhões, embora algumas diferenças permaneçam, afirmou um diplomata chinês nesta segunda-feira antes da reunião de cúpula no Brasil na próxima semana.
O banco terá de ser ratificado pelos Parlamentos dos países e poderia começar a emprestar em dois anos, segundo informações da Reuters. O novo banco vai simbolizar a crescente influência das economias emergentes na arquitetura financeira global, há muito dominada pelos Estados Unidos e pela Europa através do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial.
Os líderes de Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul devem assinar um tratado para lançar oficialmente o banco quando se reunirem em Fortaleza (CE), no dia 15 de julho. As negociações para criar o banco se arrastam por dois anos, com alguns membros se opondo ao desejo da China de ter uma participação maior no banco, por meio de mais capital.
Um funcionário sênior do governo brasileiro havia dito em maio que as cinco nações do Brics estavam abertas a concordar em financiar o banco da mesma forma, dando-lhes os mesmos direitos. Falando a repórteres antes da cúpula, o vice-ministro chinês das Relações Exteriores, Li Baodong, disse que estava otimista.
— No banco de desenvolvimento dos Brics, todas as partes têm amplo consenso sobre esta questão. Claro que existem algumas diferenças e diferentes pontos de vista sobre questões técnicas. Estamos plenamente confiantes de que podemos chegar a um consenso e criar o banco de desenvolvimento dos Brics nesta reunião — disse Li. — Neste tipo de problema técnico, os membros devem estabelecer um consenso através de consultas amigáveis — acrescentou ele, referindo-se à emissão de ações do banco.
A sede do banco seria em Xangai, centro financeiro da China e, a princípio, os empréstimos servirão para financiar obras de infraestrutura e projetos que promovam o desenvolvimento dos membros do grupo. Ainda não foi decidido se outros países em desenvolvimento poderão ter acesso aos financiamentos.
Fonte: O Globo.
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