A China anunciou nesta sexta-feira a imposição de elevadas tarifas antidumping ao frango do Brasil, maior produtor mundial. A partir de domingo, o frango brasileiro será submetido a taxas de entre 17,8% e 32,4%, pelo período de cinco anos, de acordo com comunicado distribuído pelo ministério do Comércio. Segundo o ministério chinês, 14 empresas brasileiras exportadoras de frango, que se comprometeram a respeitar um preço de venda mínimo, ficarão livres das novas tarifas. Entre elas estão BRF e JBS.
Uma investigação iniciada em 2017 revelou que as importações de frango brasileiro a preços inferiores ao custo de produção (o chamado dumping) “provocavam um prejuízo importante” ao setor avícola na China, com os produtores nacionais sofrendo concorrência desleal por parte do Brasil, afirma o comunicado.
Desde junho passado, os importadores chineses de frango brasileiro vinham pagando uma tarifa temporária de 18,8% a 38,4% do valor de suas compras. Após vários meses de negociações, o ministério do Comércio chinês reviu esses percentuais e conseguiu chegar a um acordo com as 14 empresas brasileiras que apresentaram um “compromisso de preço” considerado “aceitável”.
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Além da BRF e da JBS, outras empresas brasileiras que serão isentas da taxa antidumpung são Copacol, Consolata, Aurora Alimentos, Bello Alimentos, Lar, Coopavel, São Salvador Alimentos, Rivelli Alimentos, Gonçalves e Tortola, Copagril, Vibra e Kaefer.
Brasil: 85% das importações chinesas
O Brasil foi o principal exportador de carne de frango congelada para a China em 2017, com quase 85% das importações do gigante asiático e por um valor anual próximo a US$ 1 bilhão, de acordo com a consultoria Zhiyan. Desde então, o país perdeu parcelas de mercado para Tailândia, Argentina e Chile, segundo a mesma fonte.
A China, por sua vez, era o segundo maior mercado do planeta para o frango brasileiro. No entanto, o governo chinês interrompeu, em março de 2017, de maneira breve, as importações de carne procedente do Brasil, após o escândalo provocado pela Operação Carne Fraca, da Polícia Federal.
Fonte: “O Globo”
