A educação é o recurso crítico da Sociedade do Conhecimento. A riqueza das nações, o sucesso das empresas e a prosperidade dos indivíduos dependem dos investimentos em educação. Não se trata apenas da riqueza material trazida pela maior produtividade, e sim de maior bem-estar em todas as dimensões da existência humana. Nossa vida é mais longa, permite-nos maior realização de nossos potenciais, adquire significados próprios para cada indivíduo e se torna mais contributiva para a sociedade quando nutrida pela educação, em suas dimensões econômica, cultural, artística e também física e mental. “Preciso me educar sobre política e guerras para que meus filhos tenham liberdade de estudar matemática e filosofia. E meus filhos terão de estudar matemática e filosofia para que seus filhos possam, por sua vez, ter o direito de se dedicarem a pintura, poesia e música” disse John Adams, segundo presidente dos Estados Unidos (1797-1801), pensando em primeiro escapar da pobreza e depois enriquecer o espírito.
Todos esses impactos da educação são amplificados por uma terceira revolução industrial em andamento. “A idade da informação começou em torno de 1950, e chegou aos computadores pessoais no final dos anos 70 e início dos anos 80. A internet veio nos anos 90. As indústrias de computação e das comunicações intensificam os poderes do cérebro, em vez da força bruta do trabalho humano, como as revoluções industriais antecedentes”, registra Chris Anderson, em “Makers: a nova revolução industrial” (Campus, 2012). “Da mesma forma que novas tecnologias combinaram-se ao longo de muitas décadas antes que todo seu impacto ocorresse, a computação digital foi somente o início. Apenas quando foram conectados em redes através da internet, os computadores começaram realmente a transformar nossa cultura” prossegue o autor.
Mas desta vez as inovações estão revolucionando o próprio setor educacional. O ritmo acelerado das inovações tecnológicas trouxe o risco de sucateamento por inadequação e obsolescência das estruturas institucionais existentes. Um clássico exemplo da “destruição criadora” schumpeteriana: “O essencial é compreender que estamos lidando com um processo evolucionário. As inovações são o impulso fundamental de toda essa engrenagem. Causam mutações que revolucionam incessantemente a estrutura econômica por dentro, destruindo o antigo e criando o novo. O papel dos empreendedores é o de explorar tais inovações, criando novos produtos, novos métodos de produção e até mesmo reestruturando toda uma indústria. O problema usualmente visualizado é como administrar estruturas existentes, quando o problema relevante é como tais estruturas são criadas e destruídas pelas inovações”.
São, portanto, enormes os desafios à frente das organizações educacionais, explica Clayton Christensen, em “Inovação na sala de aula: como a inovação disruptiva muda a forma de aprender” (2008). “Adotar as inovações é muito difícil para instituições estabelecidas. Foco em cada aluno, suas diferentes motivações e modos de aprender, aprendizagem em computadores, aulas em rede, conteúdo modular. Tudo isso deve forjar um sistema educacional inteiramente novo”.
Se se quer realmente tudo isto, então tem que tira-la do governo, das “mãos” do Estado, e deixa-la com os indivíduos. Só eles podem avaliar que conhecimento lhes cabe melhor e NUNCA o governo, o Estado, a autoridade, enfim, o funcionário publico ou burocrata e politico. Foi ilusão dos Liberais clássicos que achavam que tirando a educação do monopólio da Igreja e entregando-a ao Estado teríamos cidadãos íntegros. Não desconfiavam que saiam da frigideira e caiam no fogareiro, que trocavam seis por meia dúzia que tiravam de um monopólio e davam a outro. Só sob responsabilidade dos indivíduos sem nenhuma interferência do governo a educação deixa de ser doutrinação.