A maneira mais estúpida, autoritária e desonesta de responder a alguma crítica é tentar desqualificar quem critica, porque revela a incapacidade de rebatê-la com argumentos e fatos, ideias e inteligência. A prática dos coices e relinchos verbais serve para esconder sentimentos de inferioridade e mascarar erros e intenções, mas é uma das mais populares e nefastas na atual discussão politica no Brasil.
A outra é responder acusando o adversário de já ter feito o mesmo, ou pior, e ter ficado impune. São formas primitivas e grosseiras de expressão na luta pelo poder, nivelando pela baixaria, e vai perder tempo quem tentar impor alguma racionalidade e educação ao debate digital.
Nem nos mais passionais bate-bocas sobre futebol alguém apela para a desqualificação pessoal, por inutilidade. Ser conservador ou liberal, gay ou hetero, honesto ou ladrão, preto ou branco, petista ou tucano, não vai fazer o gol não ser em impedimento, ser ou não ser pênalti. Numa metáfora de sabor lulístico, a politica é que está virando um Fla x Flu movido pelos instintos mais primitivos.
Na semana passada, Ferreira Gullar, considerado quase unanimemente o maior poeta vivo do Brasil, publicou na “Folha de S.Paulo” uma crônica criticando o mito Lula com dureza e argumentos, mas sem ofensas nem mentiras. Reproduzida em um “site progressista”, com o habitual patrocínio estatal, a crônica foi escoiceada pela militância digital.
Ler os cento e poucos comentários, a maioria das mesmas pessoas, escondidas sob nomes diferentes, exigiria uma máscara contra gases e adicional de insalubridade, mas uma pequena parte basta para revelar o todo. Acusavam Gullar, ex-comunista, de ter se vendido, porque alguém só pode mudar de ideia se levar dinheiro, relinchavam sobre a sua idade, sua saúde, sua virilidade, sua aparência, sua inteligencia, e até a sua poesia. E ninguém respondia a um só de seus argumentos.
Mas quem os lê? Só eles mesmos e seus companheiros de seita. E eu, em missão de pesquisa antropológica. Coitados, esses pobres diabos vão morrer sem ter lido um só verso de Gullar, sem saber o que perderam.
Fonte: O Globo, 04/01/2013
DEFENSORES DO FIM DA LIBERDADE DE EXPRESSÃO NÃO SUPORTAM O CONTRADITÓRIO,NOS QUEREM TODOS IGUAIS.TENHO ORGULHO DE SER CONSERVADORA,COMO AS VEZES SOU ROTULADA.
Acredito que o senhor não respeita a opinião dos outros ou seja, da mesma forma que o Gullar escreve, outros tem todo o direito de se expressar, sob qualquer forma. As pessoas podem discordar, mas o que mais me espanta é uma pessoa dita culta, ignorar os sites independentes de opinião. Afinal eles não garantem salario para alinhar opinião com seus empregadores.
Milênio”. Bem apropriado. Assim posso ter certeza de que os Expoentes e Idealizadores do ‘Instituto’, muitos famosos amigos de Fernando Henrique Cardoso, só voltarão à Presidência da República daqui a mil anos.
Lá na frente está escrito que os srs querem “conscientizar a opinião pública”. Ora, eu pensei que srs fossem a própria opinião pública! Veja ,Globo….Nada mais patético: um vídeo de uma moça simples num depoimento – “como o instituto mudou minha vida”!!
Srs não queiram nos enganar! Nós já temos Pai! Ele se Chama LUIS INÁCIO LULA DA SILVA!
Giseldo Carlos, 30, Brasília.
É lamentável que ainda exista em pleno século XXI, pessoas que se apresentam como salvadores da pátria( leia-se do mundo) como Lula, Chaves, Fidel, Ahmadinejad, Evo Morales, Rafael Correa, Kim Jong e outros ditadores mais. Mas mais triste ainda é que esses loucos, a exemplo de Hitler, têm milhares de seguidores fanáticos e doentios e que os defendem cegamente sem avaliação crítica.
Gosto muito do Nelson Motta, o critico e porque não a pessoa.
Porém fico decepcionado quando o assunto é politica,não que ele não deva comentar,porem,o discurso de quem diz um liberal e condena os politicamente corretos por ter uma opinião contrária,é no minimo amador. Esses são os nossos formadores de opinião falam demais e depois caem em contradiçoes.