Jornalista ou empreendedora? Luciana Cavaliere atua nos dois campos. Formada há 13 anos, ela começou a empreender em 2011, depois de trabalhar em redações de grandes jornais e ter sido professora universitária. No fim do ano passado, ela abriu o Espaço da Empresária, que organiza e divulga eventos para mulheres empreendedoras. Ciente das dificuldades para manter um negócio e da importância de saber se comunicar para obter sucesso, Luciana resolveu unir experiências e está organizando a Coletiva Startup, evento que reunirá empreendedores e profissionais de jornalismo, no dia 18 de novembro, mês da Semana Global de Empreendedorismo (SGE).
De acordo com o universo empreendedor, a coletiva terá um formato criativo. Cada uma das cinco startups escolhidas para participar do evento fará uma apresentação de seu projeto e, ao final, será avaliada pelos jornalistas. “Eles vão definir qual delas mais convenceu de que seu negócio é uma boa pauta, inovadora, que agrega valor”, explica Luciana, acrescentando que as empresas se inscreveram na internet e depois foram selecionadas pelos organizadores do evento.
Antes do encontro com os jornalistas, os representantes das startups participam de uma palestra, para receber algumas orientações sobre como melhorar a comunicação. A entrevista, no dia 18 de novembro, será às 14h, no Ateliê Cultural Ipanema, onde também funciona o Espaço da Empresária (Rua Vinicius de Moraes 190/ Sala 3, Ipanema).
Luciana Cavaliere integra, desde o ano passado, o Comitê Regional da SGE do Rio, que este ano se apoia em três pilares: inspirar, capacitar e conectar. A Coletiva Startup está inserida no último conceito. “Eu criei a coletiva justamente para conectar os empreendedores com a mídia”, afirma.
A jornalista começou a empreender em 2011, quando criou o portal de educação empreendedora e qualificação profissional ProfissionaisRJ.com.br, que hoje reúne mais de 30 mil seguidores nas redes sociais e cadastrados em seu sistema. Desde então, a jornalista não parou mais. Em 2014, iniciou o Projeto Tempo das Artes, valorização da Arte Colaborativa, no Instagram, e criou o blog www.instagram.com/professionalbrazil. Mergulhada no universo empreendedor, ela é conselheira do Conselho de Jovens Empreeendedores da Associação Comercial do Rio de Janeiro e já participou da banca avaliadora oficial do Programa Shell Iniciativa Jovem. Leia a entrevista:
Instituto Millenium: A Coletiva Startup terá sua primeira edição na Semana Global do Empreendedorismo 2014. Qual o objetivo do encontro com os jornalistas?
Luciana Cavaliere: Eu criei o evento justamente para conectar os empreendedores com a mídia. Antes da coletiva com os jornalistas, haverá uma palestra para os representantes das startups. A ideia é prepará-los para a entrevista, uma espécie de media training. Ajudá-los a ter mais eficiência na comunicação, a utilizar uma linguagem mais adequada para falar com jornalistas. Enfim, transmitir um conhecimento que eles podem vir a precisar. Caso a startup dê certo, em algum momento a imprensa pode voltar a procurá-los.
Imil: Mas como surgiu a ideia de fazer a Coletiva Startup?
Luciana: Como jornalista que há cinco anos trabalha no universo empreendedor, eu pude perceber que os empreendedores falam para quem é do meio, para investidores e mentores que avaliam seus projetos. Não falam para jornalistas. Usam uma linguagem muito rebuscada ou superficial. Existe um espaço enorme na mídia para ser explorado.
Imil: Quantas startups vão participar da coletiva? Como será o evento?
Luciana: Vamos selecionar cinco startups para a entrevista. Depois da palestra, cada representante de startup fara sua apresentação para 25 empreendedores convidados e um grupo de três a cinco jornalistas que irá avaliá-los em relação à parte da oratória, — se eles foram objetivos, claros — à qualidade visual da apresentação, como eles defenderam o projeto, se demonstraram que realmente acreditam na ideia. Enfim, é como se cada startup tivesse que convencer os jornalistas a divulgar o seu projeto.
Imil: Quais foram os critérios utilizados para a seleção das cinco startups que vão participar da coletiva?
Luciana: O impacto social do projeto, a geração de informação e conteúdo que a startup pode movimentar. Vai contar muito se o projeto oferece algum serviço de utilidade pública, se pode melhorar a vida das pessoas. Também vamos avaliar a parte de tecnologia e informação. A seleção será feita pelo Espaço da Empresária e Ateliê da Cultura Ipanema.
Imil: Você é cofundadora do Espaço da Empresária, uma das organizadoras da Coletiva Startup. Como surgiu a ideia de criar o Espaço da Empresária?
Luciana: Eu criei o Espaço da Empresária no final de 2013. É uma mídia que cria e divulga eventos para empreendedoras. Eu já venho trabalhando com empreendedorismo feminino há uns dois anos, mas senti falta no mercado de um meio de comunicação que divulgasse oportunidades, cursos, eventos e apresentações para mulheres.
Imil: Mas como o Espaço da Empresária funciona?
Luciana: Oferecemos oportunidade a outras empresas que trabalhem com empreendedorismo para divulgar eventos ou produtos, inclusive abrindo um espaço publicitário, direcionados para mulheres. Atualmente, o Espaço da Empresária funciona dentro do Ateliê da Cultura Ipanema. Fazemos eventos em outros locais também.
Imil: E como tem sido o interesse pelo trabalho?
Luciana: Há dois meses, começamos a utilizar o Instagram, http://www.instagram.com/workdaywomen, onde temos dois mil seguidores. No Facebook, temos 25 mil seguidores. Também divulgo o trabalho no site profissionaisrj.com.br, mídia que desenvolvi há quatro anos.
Imil: E o Ateliê Cultural Ipanema? Qual a relação com o Espaço da Empresária?
Luciana: Além de desenvolver cursos e palestras, juntos organizamos outros projetos do Espaço da Empresária. Temos projetos na área de arte colaborativa, fotografia e fitness. Também pretendemos levar a Coletiva Startup para outros estados e lugares mais distantes.
Imil: O Espaço da Empresária já participou de outras edições da Semana Global do Empreendedorismo. Qual foi o resultado dessa participação? Qual a vantagem de estar em um evento deste porte?
Luciana: No ano passado, eu convidei cinco empresárias para falarem com um grupo de mulheres sobre como foi o desenvolvimento do empreendimento e seus principais problemas. Nem todo mundo sabe o que é uma startup. A vantagem é poder divulgar mulheres empreendedoras, criar ações para estimular o empreendedorismo e criar esse networking, essa conexão entre startups e palestrantes.
Imil: Existem muitas mulheres empreendendo no Brasil ou o mercado empreendedor ainda é dominado pelos homens? Por quê?
Luciana: A cada dia mais mulheres empreendem, mas o mercado ainda é dominado pelos homens. Eu acredito que o quadro possa ficar mais equilibrado, conforme elas forem se preparando para a tarefa. Existem vários grupos de empreendedoras já desenvolvidos no Brasil e a tendência é que a cada ano mais mulheres empreendam.
Imil: Quais os principais problemas para empreender no Brasil?
Luciana: O principal problema é a burocracia para abrir uma empresa e entender como funciona o sistema tributário. Também acho complicado cadastrar projetos nos eventos do governo. Exigem uma série de dados que dificultam a inscrição dos empreendedores. No mais, os problemas são os mesmos no Brasil e no mundo. O mercado é muito competitivo e a sobrevivência das startups, curta. Poucos sobrevivem aos primeiros dois anos.
No Comment! Be the first one.