Em 2020, o Brasil foi marcado pelos efeitos de uma pandemia sem precedentes em sua história. E, para tentar evitar que o vírus se espalhasse ainda mais, o governo estabeleceu uma série de medidas sanitárias que deveriam ser seguidas pela população. No âmbito econômico, também foram pensados modelos que pudessem reduzir as consequências econômicas causadas pelo cenário atual.
Já se passou um ano desde o início da maior crise sanitária brasileira e, de acordo com a Nota Oficial divulgada pela Secretaria de Política Econômica do Ministério da Economia, é possível dizer que as medidas econômicas adotadas pelo governo federal, em parceria com o Congresso Nacional, cooperaram com a redução do baque na atividade econômica ao longo do último ano. Um exemplo de efetividade dessas medidas é que, enquanto em junho de 2020 estipulava-se uma retração de cerca de 9% do PIB brasileiro, em março de 2021, o IBGE divulgou que, em junho, a redução havia sido de 4,1%.
Ao comparar a crise atual com as já vivenciadas no Brasil, como as de 2009 e de 2015-2016, notam-se diferenças expressivas na economia. Os registros atuais confirmam o aumento da taxa de poupança; ajuste no mercado de trabalho; e a expansão do crédito via bancos privados. Com base nesses dados, é plausível esperar pelo crescimento da atividade econômica ao longo deste ano.
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As causas da crise atual baseiam-se na própria doença causada pela Covid-19, assim, a volta gradativa das atividades já começou a aquecer novamente o mercado. Apesar de nos encontrarmos em uma nova onda de contágio, espera-se que quando a maior parte da população tiver sido vacinada, a recuperação da economia seja acelerada.
Outro ponto interessante divulgado pela Nota Oficial é que, a queda do consumo por conta da restrição e do receio de contaminação, somada à renda proporcionada pelo auxílio emergencial, possibilitaram a elevação da taxa de poupança, que atingiu seu maior valor em 5 anos. Já em 2009 e 2015-16, o resultado foi bem diferente.
O benefício emergencial também ajudou a frear a queda no emprego formal e há a expectativa de uma recuperação rápida do mercado de trabalho informal, por ser mais flexível. Enquanto durante a crise de 2015-16 a redução na população empregada veio principalmente do setor formal, em 2020, a redução na população empregada foi maior no setor informal, principalmente, por conta das medidas restritivas adotadas no combate à pandemia. Como exemplo, o mês mais severo foi o de agosto de 2020, com queda de empregos em 12,7%. Desse número, 8,3% eram de empregos informais e 4,4%, formais.
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Para o mercado de crédito, as perspectivas têm sido boas. Em períodos de crises econômicas, é comum o congelamento crédito pelos bancos às pequenas empresas, “mas para evitar tal canal de contaminação a expansão de liquidez garantiu juros mais baixos a despeito do risco, e a provisão de garantias deu às instituições financeiras a segurança para ofertarem crédito sem que o sistema financeiro fosse exposto a um aumento de risco”, conforme informação da Nota Oficial. Assim, enquanto em 2015-16 o saldo de crédito encolheu, em 2020 ocorreu uma grande expansão do crédito.
A expectativa para a retomada do crescimento econômico ainda neste ano é alta e, além das informações apresentados pela Nota Oficial, acreditamos que com ações de vacinação em massa, consolidação fiscal e reformas pró-mercado é possível ter boas perspectivas em relação ao desenvolvimento da economia brasileira.