Em abril de 2020, com o objetivo de evitar a disseminação do novo coronavírus, a Tembici fez uma campanha para incentivar que as pessoas ficassem em casa. Apesar de ser uma medida necessária, a startup de micromobilidade seria impactada diretamente por isso — afinal, seu serviço de compartilhamento de bicicletas depende da locomoção de pessoas.
Ao mesmo tempo, a empresa acompanhou o movimento em outros países e percebeu que a locomoção por bike se tornava uma tendência para evitar aglomerações no transporte público, principalmente em cidades que estavam em estágio mais avançados da pandemia e começando a diminuir o isolamento. E eles estavam certos. Apesar da queda no segundo trimestre de 2020, a Tembici conseguiu superar a meta inicial de faturamento de R$ 100 milhões no ano — mas não revela o valor exato.
Quando o isolamento social atingiu seu auge no Brasil, a empresa tomou medidas para não prejudicar seu consumidor. “Nós lançamos uma política de gratuidade para toda a nossa base de clientes”, diz Tomás Martins, CEO da Tembici.
No terceiro trimestre de 2020, a empresa percebeu uma recuperação. “Notamos uma retomada de viagens gradual a partir de junho, com a flexibilização da quarentena e, em outubro, chegamos no mesmo patamar de viagens registrado no começo do ano, antes da pandemia”, diz Martins. Comparando o último trimestre de 2020 com o mesmo período de 2019, o crescimento no faturamento foi de 15%.
O ano também foi marcado pelo aporte de US$ 47 milhões que a startup captou em junho, dos quais R$ 16 milhões já foram investidos em tecnologia, expansão da equipe, implantação de GPS na frota, melhorias no app e de processos internos da empresa.
Para 2021, a empresa acredita que a bicicleta continuará como uma tendência, contribuindo com o seu crescimento contínuo. “Cada vez mais, empresas estão querendo participar de negócios ligados à sustentabilidade, meio ambiente e sociedade”, afirma. A empresa planeja superar o número de 15 milhões de viagens realizadas em 2020 e atingir a marca de 25 milhões de viagens neste ano. A meta é que o negócio cresça 60% em 2021 e que dobre de tamanho em dois anos.
Fonte: “Pequenas Empresas & Grandes Negócios”, 10/02/2021
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