A Ironhack, startup de cursos focados em tecnologia, anunciou nesta semana o recebimento de um aporte de US$ 20 milhões, liderado pelo fundo americano Lumos Capital, com participação do Fundo Catalisador da Endeavor. A edtech oferece cursos intensivos no modelo bootcamp e opera em nove países.
Com o investimento, a Ironhack quer expandir seu portfólio de cursos para abordar soluções voltadas especialmente para as empresas, como aulas especializadas nas demandas de parceiros — a escola atende, hoje, clientes como Nubank, Santander e Leroy Merlin. Além disso, Alexandre Tibechrani, chefe da divisão de América Latina, afirma que startup também quer investir na modalidade remota dos cursos oferecidos.
“O investimento nos dá energia extra para ajudar as empresas ou promover uma transição interna, para que essas pessoas que já conhecem a marca possam fazer uma transição de carreira, ou pessoas que sempre viram a tecnologia como uma carreira do futuro mas que sentem uma dificuldade muito grande de migrar para esse mercado”, afirma Tibechrani em entrevista ao Estadão.
Criada em 2013, a edtech oferece quatro cursos intensivos de nove semanas: Desenvolvimento Web, UX/UI Design, Data Analytics e Cibersegurança. O modelo de aulas, porém, foi adaptado para o ensino remoto com a pandemia, mas, segundo Tibechrani, exige o mesmo nível de dedicação dos estudantes das aulas presenciais.
“O mais importante é a dedicação nessa jornada. Para o curso, nós temos formas de financiamento, parcelamento. O aluno precisa estar engajado. Temos um processo seletivo com entrevista pessoal, por exemplo. É importante que os alunos estejam comprometidos com o resultado”.
A startup também oferece os mesmos cursos na modalidade part time, onde os estudantes podem estudar apenas no período da noite, com duração de 24 semanas. No curso intensivo, as aulas vão de segunda à sexta, das 9h às 18h. Aqui no Brasil, a escola possui uma unidade em São Paulo, mas também conta com sede em Madrid, Barcelona, Miami, Paris, Cidade do México, Berlim, Amsterdam e Lisboa.
O diferencial, porém, da pesada carga horária é refletido no mercado, afirma Tibechrani. A escola mapeia seus formandos e como eles se saem no mercado de trabalho, oferecendo extensões como simulação de entrevista de emprego, revisão de currículo e projetos — incluso na taxa de cerca de R$ 18 mil que cada aluno deve fazer ao longo das atividades.
“As pessoas ainda não conhecem muito bem o conceito de bootcamp na América Latina. São mais de 360 horas de conteúdo intenso, alinhado com o mercado e que faz com que o profissional que não necessariamente tenha um histórico com tecnologia, consiga uma posição no mercado de trabalho digital”, explica Tibechrani.
Fonte: “Estadão”, 21/01/2021
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