A ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) Banco Central reconhece que o ritmo de recuperação da economia brasileira deve ser mais gradual que o previsto antes da greve dos caminhoneiros. Na última quarta-feira, 20, os membros do Conselho decidiram manter a Selic (a taxa básica de juros) em 6,50% ao ano, após 12 cortes consecutivos. “Na avaliação do Copom, a evolução do cenário básico e do balanço de riscos prescreve manutenção da taxa Selic no nível vigente”, disse o colegiado na ata.
Sobre a paralisação que atrapalhou a atividade econômica em todo o Brasil, os diretores do BC dizem que os números sobre a atividade “referentes a maio e, possivelmente, junho deverão refletir os efeitos da referida paralisação”. “A evolução da economia ao longo dos meses de julho e agosto deve indicar com mais clareza o ritmo da recuperação, que poderá se mostrar mais ou menos intensa”, dizem os diretores do BC.
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A ata do último Copom indicou ainda que a projeção para o IPCA de 2018 no cenário de referência está em 4,2%. Já a projeção para 2019 é de 4,1%.
Em outro trecho da ata, o BC voltou a defender a continuidade do processo de reformas e ajustes na economia brasileira, visto como “essencial para a manutenção da inflação baixa no médio e longo prazos, para a queda da taxa de juros estrutural e para a recuperação sustentável da economia”. Ao mesmo tempo, o BC reiterou que a conjuntura econômica “prescreve política monetária estimulativa, ou seja, com taxas de juros abaixo da taxa estrutural”.
Fonte: “O Estado de S. Paulo”