Sob o comando de Joaquim Levy, o BNDES deverá ter como prioridade quatro linhas de atuação: o financiamento para as áreas de logística e infraestrutura, por meio de apoio ao Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), privatizações e desmobilização de ativos, inovação e novas tecnologias, além da reestruturação das finanças de estados e municípios.
A transferência de estatais (especialmente aquelas que dependem de subvenções do Tesouro) das mãos do governo para a iniciativa privada foi uma das promessas de campanha do presidente eleito Jair Bolsonaro. Para isso, o futuro ministro da Economia, Paulo Guedes, prepara um amplo programa de privatização. A ideia é que Joaquim Levy trabalhe na modelagem dessas operações.
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Outro papel importante será na reestruturação das finanças de estados e municípios. Com a maioria parte dos entes regionais em crise, governadores eleitos já sinalizaram que precisam de ajuda para colocar as contas em ordem. O governo federal não tem espaço fiscal para ajudar diretamente os estados, mas o BNDES poderia ajudar na captação de recursos por estados que se disponham, por exemplo, a também vender ativos.
Como o BNDES mudou de linha de atuação ao longo do governo Temer, reduzindo seu orçamento e passando a priorizar a devolução de recursos ao Tesouro, o novo presidente também terá que priorizar setores na hora de conceder empréstimos. O caixa é limitado. Neste caso, o foco será logística e infraestrutura e também inovação e novas tecnologias. O banco de desenvolvimento deve atuar com foco em áreas estratégicas, mas para as quais não há grande demanda no mercado de capitais, seja pelo prazo ou pelas características.
Fonte: “O Globo”