O arrastão em 11 lojas da Rua Senador Pompeu, no Centro do Rio, na madrugada desta segunda-feira, causou um prejuízo de R $ 245,5 mil. A informação é do novo delegado da 4ª DP (Centro), Rui Barboza, que assumiu a unidade nesta terça-feira.
O delegado instaurou um inquérito para investigar se o crime aconteceu a mando de Evanilson Marques da Silva, o Dão, chefe do tráfico no Morro do Providência, e se o motivo foi a recusa de alguns comerciantes em pagar uma taxa ao traficante. De acordo com pessoas que trabalham no local, alguns lojistas não quiseram pagar a “caixinha” de R$ 2 mil.
— A princípio, o que temos são furtos qualificados de 11 lojas e uma resistência qualificada quando os bandidos trocaram tiros com os policiais militares. O objetivo agora é saber quem ordenou o crime e se foi cobrada a taxa — afirmou Barboza.
Segundo o delegado, a perícia foi feita no local e foram solicitadas as imagens das câmeras de segurança.
Clima tenso
Na manhã desta terça-feira, equipes do 5º BPM (Praça da Harmonia) reforçam o policiamento na Senador Pompeu. Os policiais conversam com comerciantes, mas o clima é tenso no local.
— Pequenos roubos têm acontecido desde o carnaval, mas nenhum tão grande quanto o desta madrugada. Eles chegam com um caminhão, arrombam as lojas e levam o material. Não prestamos queixa na delegacia por medo de represálias. Não podemos fechar as portas para sempre. Vida que segue — afirmou um comerciante.
Em entrevista ao “RJTV”, o porta-voz da Polícia Militar, major Ivan Blaz, reconheceu que houve uma ação inadequada da corporação na repressão ao arrastão.
— O comandante-geral da Polícia Militar (coronel Wolney Dias) entendeu houve realmente um gap, uma ação inadequada nesta questão. Por conta disso, ele já determinou que a corregedoria atuasse diretamente na apuração desses fatos. Nós tivemos ali uma gestão do efetivo que não foi adequada. Ela não atendeu às demandas. Não podemos achar aceitável que um grande número de criminosos atue em um local em que a Polícia Militar já fez contato sem que haja uma devida resposta, sem que haja um acionamento de maiores efetivos — disse Blaz.
Procurado
Evanilson Marques da Silva, o Dão, é um dos bandidos mais procurados do Rio. O Disque-Denúncia (21 2253-1177) oferece uma recompensa de R$ 5 mil por pistas que levem à sua prisão. Contra ele há pelo menos dois mandados de prisão em aberto: por corrupção de menores e tráfico de drogas.
De acordo com o Portal dos Procurados, Dão teve participação numa série de atentados ocorridos em outubro de 2002, que teve entre seus alvos o Palácio Guanabara (sede do governo do Estado), em Laranjeiras; ao Shopping Rio Sul, em Botafogo, ambos na Zona Sul do Rio; e à 6ª DP (Cidade Nova). Os ataques foram planejados pela cúpula do tráficodo Rio, numa casa no alto da favela da Rocinha.
Fonte: “Extra”
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