O Brasil continua a perder espaço entre os maiores exportadores e importadores do mundo. Dados da Organização Mundial do Comércio (OMC) revelam que, mesmo com um aumento importante de vendas, o Brasil caiu da 25ª para a 26ª posição em 2017 entre os maiores exportadores do mundo. Entre os importadores, o País ocupa a 29ª posição. Em 2016, o Brasil era o 28º maior comprador.
Questionado sobre o impacto que a atual crise política no Brasil poderia ter para a economia e comércio, o diretor-geral da entidade, Roberto Azevêdo, evitou entrar em detalhes. “Não estou em posição para calcular os efeitos e como eles poderiam se materializar, mas obviamente investimentos e crescimento econômicos se beneficiam de estabilidade”, disse. “Quanto mais estabilidade houver, mais o País vai se beneficiar”, afirmou.
O fim da recessão no Brasil permitiu, de fato, que as importações voltassem a aumentar, depois de três anos de contração nas compras de bens estrangeiros. No ano passado, elas aumentaram em 9,7%, atingindo US$ 157 bilhões, abaixo da pequena economia da República Tcheca. Para os economistas da OMC, a recuperação do comércio tem uma relação direta com o comportamento da economia e o aumento das compras seria mais um sinal do fim da recessão.
O impacto da volta do crescimento da economia brasileira foi sentido em toda a América do Sul. Pela primeira vez desde 2013, a região contribuiu de forma positiva para a expansão das importações no Brasil, um fenômeno diretamente atribuído ao Brasil. Mas a taxa nacional ainda é inferior à média mundial, de expansão de 10,7% em termos de valores.
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Em 2016, a recessão no Brasil levou o País a sofrer a maior queda de importações entre as grandes economias do mundo. A contração, segundo a OMC, já havia começado em 2014 e 2015.
Em 2016, a queda foi de quase 20% nas importações, bem acima da média de uma redução de 3% no mundo. O resultado, de US$ 143 bilhões, levou o Brasil a despencar no ranking dos maiores importadores. Em 2013 e 2014, o Brasil aparecia na 21a posição entre as economias que mais importavam. Ao final de 2016, o País estava na 28ª posição, superado até mesmo pela pequena economia da Áustria.
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Em valores, a queda das importações no Brasil foi uma constante nos últimos três anos. Em 2014, a contração havia sido de 4,5%, contra uma queda de 25% em 2015 e 19,8% em 2016. Em média, a redução foi de 2,8% entre 2010 e 2017, a maior do mundo entre as grandes economias.
Em volume, a queda também foi substancial. Ela foi de 2,7% em 2014, 15,1% em 2015 e mais 11,9% de contração em 2016. Nos oito primeiros meses de 2017, a importação em volumes aumentou em 2,6%.
Exportação. No que se refere às exportações, o Brasil registrou um aumento importante de 17,5% em suas vendas, ajudado pela expansão dos preços de commodities. A taxa de crescimento no País ficou bem acima da média mundial, que registrou uma expansão de 10,6% em 2017. No total, o Brasil exportou US$ 218 bilhões.
Mas foi superado por Malásia, Arábia Saudita e outras economias. O resultado foi a queda de um posto no ranking dos maiores exportadores.
Em termos de participação no mercado internacional, o Brasil manteve uma fatia de 1,2%, mesma taxa de 2016. Hoje, Polônia, Austrália ou Tailândia já exportam mais que o Brasil ao mundo.
O Brasil, que chegou a ser o 22º maior exportador do mundo, previa estar entre os 20 primeiros se a crise não tivesse atingido os preços de sua pauta exportadora.
Nesse ranking, a líder é a China, com US$ 2,2 trilhões em vendas em 2017. Os americanos aparecem com US$ 1,54 trilhão.
Fonte: “O Estado de S. Paulo”