O comércio brasileiro registrou o fechamento de 9.965 lojas no primeiro trimestre. Apesar de ainda negativo, o número mostra forte desaceleração depois de um longo período de contração no varejo. Segundo dados apresentados pela Confederação Nacional do Comércio (CNC), o fechamento de lojas nos primeiros três meses do ano foi 75% menor em relação ao mesmo período do ano passado. Para a entidade, isso indica melhora significativa no setor. Embora o indicador ainda esteja no vermelho, há expectativa de que feche o ano no zero a zero.
O que, na avaliação da CNC, pode ser considerado um fato favorável. O economista-sênior da CNC, Fabio Bentes, prevê ainda que o comércio deve voltar a registrar abertura líquida de lojas em 2018. O economista disse ainda que há perspectiva de um quadro bem mais favorável no segundo semestre de 2017. A CNC estima um crescimento de 1,2% no varejo no ano de 2017 em relação ao anterior. Até o primeiro quadrimestre, há queda de 1,8%, mas a expectativa é de trajetória favorável nos próximos meses.
Apesar do número global ser negativo no quadrimestre, as vendas já estão positivas nos setores de vestuário e calçados, materiais de construção, móveis e eletrodomésticos.
Supermercados
A expectativa é que o próximo setor que voltará ao azul seja o de hiper e supermercados — o mais importante do varejo brasileiro. Esse segmento vem apresentando aumento da concentração e a tendência deve continuar, cita a CNC. Outras tendências são o aumento da presença de importados no fim do ano e a indicação de que o comércio de rua deve perder mais espaço para o comércio eletrônico.
A entidade do comércio também traçou um cenário mais favorável no emprego no varejo, com estabilidade no ano de 2017 – que deve terminar com pequeno crescimento de 2 mil postos de trabalho – depois do grande fechamento de 175 mil empregos em 2015 e 177 mil vagas em 2016. “Apesar da política, a economia anda”, disse o economista-chefe da CNC, Carlos Thadeu de Freitas. Ele ainda destacou que os sinais para a atividade em 2018 são favoráveis e que o “pior já passou”.
Fonte: “O Estado de S. Paulo”.
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