A indústria do cacau produz, em média, 4 milhões de toneladas por ano e emprega mais de 6 milhões de agricultores em todo o mundo. É um mercado que movimenta cerca de US$ 12 bilhões — mas poderia ser ainda mais lucrativo, não fosse o grande desperdício na produção do alimento, afirma Roy Ben Yami, fundador e presidente da Bean & Co, empresa global de produção de cacau, durante evento do Credit Suisse realizado em São Paulo.
O painel, que contou com a presença de Matias Muchnick, fundador e CEO da startup chilena NotCo, abordou as transformações da indústria de alimentos, que vem sendo moldada pela agenda sustentável e pelo combate às mudanças climáticas. De acordo com o presidente da Bean & CO, a indústria de cacau chega a desperdiçar 90% do fruto. Sua empresa, que possui grandes plantações em países da América do Sul, África, Ásia e Oceania, desenvolveu uma série de tecnologias para produzir alimentos a partir dos restos do cacau.
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“Usamos sistemas para acompanhar e rastrear toda a produção do fruto, desde o cultivo no campo até a fábrica. Com isso, conseguimos aumentar em até três vezes a receita da empresa, aproveitando a casca, a polpa e a semente do cacau”, explica Yami.
A sustentabilidade também é uma preocupação da NotCo, startup chilena que utiliza inteligência artificial para criar alimentos como maionese, “carne” e sorvete usando somente ingredientes vegetais. A empresa já possui escritórios em São Paulo, São Francisco, na Califórnia, e em Buenos Aires, na Argentina. “Queremos criar produtos vegetais em larga escala para a população”, afirma o CEO, Matias Muchnick. “Podemos criar produtos saborosos de forma sustentável, usando menos recursos e com preços acessíveis.”
Para Roy Ben, a produção sustentável de alimentos tem capacidade de transformar de forma positiva toda a economia de um país. “Grande parte da produção de cacau está nos países da África, onde os produtores vivem em condições de pobreza. Levar a tecnologia para esses países significa promover a geração de renda e o desenvolvimento sustentável”, completa.
Fonte: “Época Negócios”