Quando me perguntam “em que escola devo matricular o meu filho?”, minha resposta é sempre a mesma: na escola mais difícil em que ele conseguir estudar.
A explicação é simples. A função da escola – na sua concepção moderna – é transmitir o conhecimento acumulado pela humanidade e dar ao indivíduo instrumentos para compreender, assimilar, criticar e fazer avançar esse conhecimento.
Formar cidadãos bem informados, reflexivos, críticos e criativos é essencial não apenas para garantir o sucesso individual, mas para a sobrevivência da espécie. Portanto, quanto mais um indivíduo adquirir essas habilidades, melhor para todos – para ele, para a sociedade e para a espécie humana como um todo.
Resta explicar o que vem a ser uma “escola difícil”. Uma boa escola é aquela em que se respira um clima acadêmico de estudo e de aprendizagem. Parte de um clima acadêmico é estabelecer como meta que cada um dê o melhor de si, valorizar o esforço mais do que a inteligência, e o processo mais que o resultado.
Uma boa escola estabelece metas elevadas, mas realistas. E é capaz de apoiar os alunos com mais dificuldade para que eles sempre estejam prontos para tentar se auto superar.
É óbvio que há outras considerações práticas relevantes – inclusive preço e localização. Mas dentre elas, a mais importante é o grupo de colegas com quem seu filho irá conviver. Isso será particularmente crucial na adolescência – fase em que a opinião dos colegas poderá ter mais peso do que a da escola e dos professores.
Em resumo: a boa escola tem um compromisso acadêmico sério, dá atenção individual aos alunos e proporciona convivência com colegas com uma formação e caráter que ajudarão seu filho a saber se orientar.
Fonte: “Veja”, 23/06/2017.
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