O primeiro smartphone do mundo, o iPhone, foi lançado pela Apple em 2007, transformando a forma de interação com a tecnologia e trazendo a revolução do touchscreen, o toque na tela. O Google, por sua vez, lançou seu primeiro Android em 2008.
Agora, a nova transição chega a outro patamar, e foca em tecnologias que dispensam o próprio toque: os assistentes de voz, com base na tecnologia de inteligência artificial.
Para atender a essa revolução, o Google escolheu as interfaces por voz e assistentes virtuais para serem o tema da Turma #4 de seu Programa de Residência, que aloca startups no Google Campus São Paulo, e as ajuda a aprimorar seu sistema e modelo de negócios.
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É possível aprender empreendedorismo?
Para a edição 2019 do programa, foram selecionadas dez novas startups, apresentadas nesta quinta-feira (15), em evento realizado em São Paulo. As empresas terão acesso às redes de experts e parceiros do Google.
O Brasil já é o terceiro país em uso do Google Assistant e o português é o segundo idioma mais falado, segundo dados apresentados pela empresa. No mundo, 20% das buscas no Google são feitas com assistente de voz, e a expectativa é chegar a 50% em 2020.
Algumas das startups selecionadas têm serviços que podem ser úteis para pequenos negócios. Um deles é o Ahazou, um assistente que promete ajudar empreendedores a melhorar sua presença nas redes sociais.
O Ahazou funciona por meio de um aplicativo que faz posts e oferece modelos de design para pequenos empresários. A ideia é que, no futuro, o serviço seja integrado ao Google Assistant e o empreendor possa pedir uma publicação com determinada temática, como um post de desconto para o dia das mães, por exemplo.
O fundador Rui Miadaira lembra que contratar um designer não é barato, e aprender a usar programas de edição demandam tempo, o que prejudica a presença digital dos pequenos negócios. “O Ahazou nasceu dessa dor do pequeno empreendor”, diz.
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Já a startup CosmoBots tem ferramentas de chatbot, e já atende grandes empresas como o iFood. Mas para o fundador Rafael Caixeta, qualquer negócio pode usar o serviço para melhorar seu atendimento. “Queremos que pequenas e médias empresas também se aproveitem desta ferramenta”, afirma.
Lauren Pachaly, diretora de marketing do Google Assistant no Brasil, afirma que a nova era do uso de assistente de voz é uma oportunidade para empresas se aproximarem do consumidor.
A ideia é que quase tudo que hoje é feito com o toque possa ser realizado com a voz, como ativar o despertador ou descobrir se vai chover. Uma tendência chamada de hands free, ou “mãos livres”, isto é, interações que acontecem sem encostar no celular.
O Google Assistant foi lançado em novembro de 2017 e a plataforma para marcas saiu do papel no início de 2018. Lauren aponta que as marcas já tiveram que se adaptar ao computador, à internet, ao mobile e agora terão que se preparar para a onda da inteligência artificial.
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Serviços de mais de 80 empresas já estão conectados ao Google Assistant. Entre eles, o usuário pode pedir ao Google para mandar uma mensagem a um contato no WhatsApp, tocar uma música no Spotify, ou até ouvir as últimas notícias somente com o uso da voz.
André Barrence, diretor do Google for Startups no Brasil, explica que cada campus do Google pelo mundo tem um desafio em 2019. Segundo o executivo, a unidade de Londres, na Inglaterra, está focada em inteligência artificial (AI), e Varsóvia, na Polônia, em games, por exemplo. “Cada um vai encontrando como cumprir sua missão dentro de seu determinado ecossistema”, afirma o diretor.
Fonte: “Pequenas Empresas & Grandes Negócios”