Vasculhando notícias do Irã, encontrei um artigo num dos sites pró-Ahmadinejad. O título era “Mulheres Israelenses Vendem seus Corpos: [Fotos Incluídas]”, e o primeiro parágrafo dizia:
“Num ato explícito de decadência e corrupção moral social, mulheres são postas à venda em vitrines em lojas de grandes cadeias de Israel”. O artigo cita vários jornais israelenses para sustentar a acusação desta perversão social depravada que está assolando Israel, e termina com um parágrafo que diz: “Cada mulher tem uma etiqueta com preço, que também exibe sua idade, peso, tamanho e país de origem. As fotos abaixo mostram o escravagismo moderno de mulheres em Israel, um país que diz ter democracia!“
Então a mensagem ao povo do Irã é clara, “a democracia levará as mulheres a serem exibidas em vitrines como produtos sexuais, é isso que vocês querem?”.
Ao rolar a página para ver as imagens e decidir se a democracia deve ser almejada ou não, notei que as mulheres não pareciam estar tentando atrair clientes. As imagens não pareciam tentar atrair ou provocar homens de um jeito sexual, a menos que quem apoie Ahmadinejad ache a foto de uma mulher espancada com um olho preto sexualmente excitante! Na verdade, parecia mais um poderoso protesto contra o tráfico humano e prostituição. A legenda para a foto abaixo publicada no site de notícias iraniano diz “Mercado de escravas em Israel”.
E no final, a verdade não tem nada a ver com o que os sites pró-Ahmadinejad afirmam com os mesmos textos. Quando é que Ahmadinejad e seus seguidores falaram a verdade? Na verdade, se tratava de um protesto para chamar a atenção para o problema do tráfico humano para a indústria do sexo, e os manifestantes estavam reivindicando que as pessoas que pagam por sexo fossem punidas também.
Veja a versão um pouco mais próxima da realidade:
http://www.euronews.net/2010/10/20/women-to-go-protest-targets-sex-trade-in-israel/
E um lembrete do que acontece no Irã:
http://azarmehr.blogspot.com/2008/03/islamic-police-chief-of-tehran-caught.html
Publicado no blog de Potkin Azarmehr
Tradução: Anna Lim (annixvds@gmail.com)
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