De hoje (20) a exatos 12 meses, o Brasil irá encerrar a noite com o resultado das eleições presidenciais de 2022 e o nome do candidato que irá administrar o país pelos próximos quatro anos.
O cenário ainda é indefinido, mas especialistas alertam que nunca é cedo para começar a preparar uma carteira de investimentos que possa trazer bons resultados mesmo durante a instabilidade normalmente causada em períodos eleitorais.
“Estamos a um ano do resultado eleitoral e o mercado já está discutindo o tema desde setembro. A incerteza gerada pela polarização é uma das piores coisas para a bolsa de valores”, afirma Nelson Muscari, coordenador de fundos da Guide Investimentos.
Historicamente, no Brasil, anos eleitorais são marcados por alta volatilidade no mercado de ações. Para Arthur Spirandelli é assessor de investimentos da Acqua-Vero, 2022 pode ser um dos principais exemplos deste fenômeno. “Não temos direcionamento do que vai acontecer, e o mercado aguarda um candidato de terceira via. Será um dos anos mais incertos”, diz.
Em momentos de incerteza, Spirandelli ressalta a importância de ter uma carteira protetiva. Os especialistas ressaltam que a bolsa brasileira tem passado por deterioração recente, desde antes da preocupação eleitoral, com a pandemia do coronavírus, a crise dos precatórios, CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Covid, crise hídrica, instabilidades globais pela redução da oferta de commodities, por exemplo, e a alta na taxa básica de juros e inflação. .
“Naturalmente, em um momento como esse, é importante saber se defender das oscilações”, aconselha Spirandelli. “Se tivéssemos um cenário político mais certo para 2022, estes ruídos atuais seriam suavizados. Como não temos, a carteira dos investidores ganha ainda mais risco com o momento eleitoral”.
Muscari destaca, porém, que um momento de risco também pode ser também o de oportunidade. Além de proteger a carteira, o especialista aponta ser fundamental para os investidores manter reservas de liquidez para poder aproveitar ocasiões de compra interessantes.
“A hora em que o mundo parece explodir pode ser uma boa hora para comprar”, diz. “Por mais que no Brasil a instabilidade seja ruim, o investidor pode se aproveitar dela para sempre ter oportunidades de aperfeiçoar seu portfólio”.
Para saber exatamente como proteger uma carteira de investimentos a um ano das eleições, qual produto utilizar como reserva de liquidez e como se comportar no mercado pelos próximos meses, a Forbes conversou com Nelson Muscari, Arthur Spirandelli e Arnaldo Curvello, sócio-diretor da Galapagos Wealth Management. Confira as recomendações abaixo.
Prepare sua carteira para proteção
Para proteger um patrimônio de grandes oscilações em momentos eleitorais, é importante ter ativos defensivos na carteira de investimentos. Spirandelli sugere que estes ativos sejam geralmente compostos por títulos pós-fixados, como o Tesouro Direto, CDBs e papéis de renda fixa atrelados ao CDI ou à taxa Selic.
Ele também aponta que investir em títulos atrelados ao IPCA pode ser uma boa estratégia para passar pelas eleições se protegendo da inflação. “As proteções são ativos que diminuem a volatilidade da carteira. A renda fixa pós-fixada e o IPCA de curto prazo do Tesouro Direto têm volatilidade muito pequena e são ideias para esse momento”, diz.
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Outra estratégia de defesa, segundo o analista, são investimentos no exterior. Isso acontece porque outros países não estão expostos aos ruídos políticos brasileiros como o mercado nacional. Manter uma parte do portfólio fora do país, portanto, também protege o patrimônio de oscilações exageradas decorrentes das eleições.
Fonte: “Forbes”, 20/10/2021
Foto: Reprodução