Ter boas ideias ou bons produtos é só o começo. Não é novidade que o sucesso dos negócios depende principalmente de uma administração competente. Porém, nem todos os empreendedores têm orçamento suficiente para contratar consultorias empresariais. É nesse contexto que as empresas juniores podem ajudar.
De acordo com a Confederação Brasileira de Empresas Juniores (Brasil Júnior), existem mais de 600 instituições desse tipo espalhadas por todo o Brasil. Estruturadas em universidades, elas reúnem professores e estudantes em torno de soluções para o mercado. Só a Universidade de São Paulo (USP) comporta cerca de 30 empresas juniores em diversas áreas de ensino.
A FEA júnior USP está entre as mais expressivas do país. Constituída e gerida por alunos de graduação da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (FEA-USP), a consultoria atua em seis frentes: estratégia, estrutura e processos, plano de negócios, marketing, finanças e recursos humanos.
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A confeitaria Tartelier Patisserie é um dos 300 clientes já atendidos pelo núcleo de estudantes. O pequeno empreendimento familiar, que começou nos fundos de uma fábrica no bairro da Saúde, em São Paulo, conseguiu reestruturar seus processos, dividir responsabilidades e expandir unidades. O projeto de seis semanas alavancou o faturamento anual em 79%.
“A parte organizacional e problemas com o fluxo de caixa são questões frequentes que surgem à medida que as empresas começam a crescer. O nosso trabalho é criar bases para que o negócio evolua estruturado, além de apontar oportunidades e tendências”, analisa Lidia Lapertosa, presidente da FEA júnior USP.
O preço da assessoria varia de acordo com o número de semanas de trabalho. Lidia conta que projetos com duração de um mês custam R$5 mil na empresa júnior que lidera. “Uma consultoria média no mercado tradicional cobraria pelo menos R$30 mil”, afirma.
Além do investimento relativamente baixo, há outros fatores positivos em optar pela assessoria de empresas juniores, de acordo com o empresário Célio Salles, conselheiro da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel). “Como são formadas por jovens estudantes, essas empresas oferecem um frescor muito relevante. Eles chegam sem vícios e têm uma visão de fora para dentro. De modo complementar, os professores especialistas, que ficam na retaguarda, contribuem com experiência de mercado e conhecimento de causa”, analisa.
Para contratar o serviço dessas empresas é preciso passar por uma análise prévia que determinará adequação, prazo e preço. O contato deve ser feito diretamente com as unidades de interesse.
Fonte: “Pequenas Empresas & Grandes Negócios”