O engenheiro da computação Bernardo de Pádua sempre quis empreender na área da educação. Quando estava estudando no Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), ele conheceu os amigos Lucas Gomes e Thiago Brandão e começou a pensar em um negócio. Em 2010, os engenheiros fundaram a Quero Educação.
No início, a empresa nasceu com a proposta de conectar ex-alunos com as faculdades. “Seria uma rede semelhante ao ‘LinkedIn’, em que as pessoas poderiam postar ofertas de empregos e até mesmo comparar salários”, diz Pádua. No entanto, o negócio não deu certo e precisou ser pivotado. “Nós não conseguimos ganhar escala no mercado’, afirma.
Em 2012, os amigos apostaram em um novo produto: O Quero Bolsa. A ideia era criar um marketplace em que alunos pudessem buscar faculdades com valores que se encaixassem no seu bolso. Na plataforma, os interessados podem encontrar cursos com descontos, entre 5% a 70%.
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Como funciona
A Quero Educação trabalha com as vagas ociosas das faculdades. De acordo com o empreendedor, o processo funciona semelhante ao que ocorre com as companhia aérea. Se todos os assentos não estão preenchidos, as empresas oferecem descontos nas passagens.
Dessa forma, também acontece com as instituições de ensino. Como elas precisam preencher as vagas, elas começam a disponibilizar mensalidades mais baratas. A startup trabalha com 1200 faculdades em todo o Brasil.
Quando o aluno entra na plataforma, é possível escolher os cursos conforme a sua geolocalização e suas restrições financeiras. Ao optar pela faculdade, o estudante é informado pela startup como será feito o vestibular. Os pagamentos da matrícula e da mensalidade são feitos para a Quero Educação, que repassa para as instituições de ensino. “Cobramos uma taxa média e ficamos com a primeira mensalidade do curso”, diz.
Segundo Pádua, os cursos mais procurados são de direito, administração e contabilidade. A modalidade à distância é muito buscada. “Em média, 30 % dos nossos alunos optam pelo ensino à distância”, afirma. Também há muitas mulheres, aproximadamente 60%.
A startup oferece apoio para quem está indeciso. Ela dá consultoria online para os alunos e faz testes vocacionais. Nos últimos 12 meses, mais de 150 mil alunos passaram pela plataforma. Em 2017, a empresa faturou R$ 50 milhões.
Fonte: “Pequenas Empresas & Grandes Negócios”