O Instituto Millenium realizou no dia 15 de março, quarta-feira, no BTG Pactual em São Paulo, o seminário “Agenda positiva – reformas e ajustes que vão mudar o Brasil em 2017”. O evento teve o objetivo de debater a importância da reforma da Previdência para o acerto das contas públicas e a retomada do crescimento econômico no país e foi mediado pelo jornalista Aluízio Falcão Filho.
O cientista político Luiz Felipe d’Avila foi um dos participantes do evento. Ele afirmou que uma das principais mudanças que estão sendo discutidas hoje — a reforma da Previdência — é urgente e precisa ser resolvida o quanto antes. “Caso contrário, uma conta muito maior terá de ser paga pelas gerações posteriores”, ressaltou d’Avila. Um dos principais fatores que acabam travando a discussão em torno da reforma é que algumas categorias profissionais defendem um tratamento diferenciado nos cálculos dos benefícios. “A regra deve ser uma só e valer para todos”, enfatizou.
d’Avila também manifestou preocupação com o que chamou de “demonização” da classe política. “Os políticos são instrumentos da democracia e devem tocar as mudanças. Precisamos trocar aqueles que não são bons, mas é através do Congresso e do Executivo que as reformas devem ser implementadas. Para isso, precisamos dos políticos”, apontou.
Também esteve presente no debate o cientista político Marcus André Melo. Ele destacou que um dos entraves à aprovação de medidas de ajuste é o temor dos políticos em não se reeleger ao apoiar projetos de lei que não são populares. Isso, contudo, poderá ser atenuado se houver uma clara manifestação de quem apoia as reformas. “É difícil fazer manifestações populares em cima deste tipo de coisa, mas é preciso pressionar o Congresso para mostrar a alternativa à falta de medidas de ajuste”, afirmou Melo.
O empresário Salim Mattar comentou que a idade mínima de 65 anos para que o trabalhador requeira a aposentadoria não deveria ser encarado como um tabu pela população. “A expectativa de vida das pessoas está aumentando”, disse Mattar. “Hoje, é possível manter-se na ativa após os 70 anos. Precisamos mudar esta mentalidade de que as pessoas devem se aposentar cedo”.
Mattar ponderou que esta tarefa não é fácil. “Margaret Thatcher, que é um dos símbolos da presença reduzida do Estado na economia, não conseguiu fazer uma reforma previdenciária na Inglaterra”, lembrou. “Por isso, sabemos que é uma tarefa difícil. Mas as contas públicas precisam ser preservadas. Houve um tempo em que muitas pessoas na ativa pagavam a aposentadoria de poucas. Agora, fatalmente poucas pessoas na ativa vão pagar pela aposentadoria de muitas. Trata-se de uma matemática que não fecha”.
O ex-ministro da Defesa, Nelson Jobim, o diretor do BTG Pactual, Eduardo Loyo, e o CEO da Riachuelo, Flávio Rocha, também participaram do seminário.
No Comment! Be the first one.