Ao invés de acabar com ele, porque não aperfeiçoar a tabela e encaminhar uma reforma previdenciária profunda e completa?
Recentemente, a sociedade brasileira acompanhou, através da mídia, notícias sobre mais um pacote de bondades de cunho político populista, recheado de proselitismo eleitoral, que foi aprovado pela Câmara e pelo Senado.
Por outro lado, de forma lúcida e sensata, temos que reconhecer que a atual tabela de fator previdenciário deve ser aperfeiçoada no sentido de que possa ter na sua aplicação uma maior equidade, respeitando justamente a diversidade da natureza dos trabalhadores. Por exemplo, um operário da construção civil, por volta dos 50 anos já está cansado de trabalhar, atingindo o seu limite profissional, dado as características das funções desempenhadas por este, ou seja, pesado trabalho braçal, perdendo assim, boa parte da sua produtividade. Desta forma, com 25, 30 anos de trabalho, tal profissional perde muitos graus de empregabilidade. Já um engenheiro-empresário, que dirige uma construtora, muito provavelmente chegará aos 50 anos em melhores condições do que no início da sua carreira, uma vez que a capacidade empresarial é conhecimento e como tal é um processo cumulativo.
Governar é mais do que nunca o ato de fazer escolhas. Então, a minha sugestão é que o Brasil faça uma profunda reforma previdenciária, tornando a previdência pública compulsória apenas para quem recebe, digamos, até cinco salários mínimos mensais. A partir daí, previdência privada ou privado-complementar, no caso de trabalhadores que recebam acima de cinco salários mínimos mensais e optarem pelos dois regimes (algo como modelo adotado pelo Chile). Agora, não podemos perder tempo, pois a pirâmide etária do país está se invertendo rapidamente e a bomba relógio mais ativada do que nunca…
Vale lembrar aqui uma frase célebre do genial Woody Allen: “O futuro me preocupa porque é onde penso passar o resto da minha vida”.
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