É preocupante a qualidade do ensino nacional, em geral. Os resultados das provas de avaliação do ensino médio averiguaram a baixa capacidade em raciocínio matemático e em língua portuguesa, tanto pelos alunos de escolas públicas, quanto pelas melhores instituições particulares. Ao mesmo tempo, as avaliações do ensino superior são claras em afirmar, a baixa capacidade dos futuros profissionais na realização de suas tarefas, passando por áreas como engenharia, administração, direito e medicina.
Logo, quais seriam as causas destes resultados ruins? As respostas podem estar associadas à formação e dedicação dos professores, em um primeiro momento. Escola de ótima qualidade é aquela que seleciona ótimos profissionais, com elevada titulação e com dedicação exclusiva, cabendo esta responsabilidade às instituições de elevado padrão financeiro, devido ao custo operacional desta iniciativa.
No entanto, a quantidade de horas dedicadas aos estudos pelos alunos, deve ser esmiuçada. Não existe a devida cultura em estimular os alunos a dedicarem parte do tempo, para leituras e exercícios domiciliares, devido ao entendimento de que o aprendizado ocorre somente nas instalações das escolas.
Outro critério preocupante é a visão mercantilista do ensino, apesar da ampla necessidade por investimentos privados neste setor da economia, devido aos déficits por formação de gente qualificada. Neste preceito, a utilização de técnicas industriais de avaliação é péssima, quando não utilizadas de maneira adequada, forçando professores a lecionarem, como se os alunos fossem clientes em sala de aula, o que não são, a não ser quando da realização de matrículas, pagamentos, entre outros, em respeito à legislação comercial.
Este ciclo educacional vem determinando a formação de pessoas com baixa capacidade crítica e com inúmeras dificuldades de raciocínio, com a busca desenfreada por cursos de pós-graduação, deteriorando um patrimônio ainda intacto, de jovens talentosos e dedicados ao livre conhecimento. O resultado é um futuro comprometido, por mais que os horizontes sejam para investimentos em infraestrutura, copa do mundo e jogos olímpicos. Talvez, o Brasil esteja perdendo uma valiosa oportunidade em determinar um futuro mais brilhante, do que pelas vias das mais honrosas medalhas esportivas, sendo as da educação e do conhecimento, com cursos e alunos enlatados em seus próprios conceitos ultrapassados ou desatualizados.
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